“A criação de uma ajuda ligada à produção [de cereais], em 2022, que foi trabalhada com o sector e que se encontra em discussão com a Comissão [Europeia] para a sua eventual aprovação é um apoio que nós consideramos importante para aumentar o rendimento dos nossos produtores de cereais e é um forte sinal que queremos dar ao sector para a reforma da Politica Agrícola Comum” (PAC).
As declarações são da ministra da Agricultura, Maria do Céu Antunes, gravadas em vídeo e enviadas ao Clube Português dos Cereais de Qualidade, clube informal, a funcionar sob os auspícios da Associação Nacional de Produtores de Proteaginosas, Oleaginosas e Cereais (Anpoc), que realizou a sua 44ª assembleia geral, em Santa Eulália, Elvas, no passado dia 15 de Junho.
A organização desta 44ª Assembleia Geral esteve a cargo da Cersul – Agrupamento de Produtores de Cereais do Sul.
De acordo com Luís Bulhão Martins, presidente da Cersul e membro da direcção da Anpromis — Associação dos Produtores de Milho e Sorgo de Portugal, “o Clube tem procurado funcionar como um embrião de uma Organização Interprofissional dos cereais, trabalhando ao nível da avaliação das produções, da identificação das necessidades do sector, do fomento da inovação e da melhoria da articulação entre os agentes da fileira. E tudo isto em prol da promoção e valorização dos cereais, do aumento do rendimento dos produtores e, também, do rendimento e eficiência da cadeia como um todo”.
Cereais no centro da agenda política nacional
Luís Bulhão Martins refere ainda o contributo do Clube para, juntamente com a Anpoc e a Anpromis, colocar os cereais no centro da agenda política nacional: “o baixo grau de aprovisionamento de Portugal no que se refere a cereais começa finalmente a ser considerado um problema político nacional. Já temos a Estratégia Nacional para a Promoção da Produção dos Cereais (ENPPC), um documento extremamente estruturado que recebeu inputs de especialistas do sector, da investigação, da indústria e do Ministério da Agricultura e que resume um conjunto específico de medidas – umas de carácter infra-estruturante, outras de apoio directo. É agora importante que este documento constitua um ponto de partida efectivo para a reforma da PAC, em preparação”.
Para a Anpoc e para a Anpromis esta mensagem da ministra da Agricultura “é de extrema importância, pois é o corolário do enorme esforço que o sector dos cereais – praganosos, milho e arroz – tem feito para contrariar a dependência externa da nossa balança comercial, melhorar o rendimento dos agricultores e consolidar ao aumento das áreas de produção de cereal em Portugal. Regozijamo-nos com o anúncio dos pagamentos ligados e com a continuação da implementação das medidas definidas na ENPPC”, realça José Palha, presidente da Anpoc.
Agricultura e Mar Actual