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Movimento pede apoio de 175 mil euros em crowdfunding para legalizar produção e consumo de cannabis recreativa

Há um novo movimento social online que quer “encontrar uma solução legislativa equilibrada, fundamentada e credível para a produção e comercialização de cannabis, não só para uso medicinal, mas também para uso terapêutico, industrial e recreativo” em Portugal. Por isso começou hoje, 24 de Maio, a nível nacional e internacional, com a inauguração de uma campanha de crowdfunding na plataforma PPL.PT/canabis.

António Alves Miguel, o promotor da iniciativa

A iniciativa, liderada pelo “empresário e produtor agrícola” António Alves Miguel, dono da Triângulos Estivais — Cheese & Vodka, tem como primeiro objectivo, angariar 175.000 mil euros, quantia “considerada necessária para as diversas acções tendo em vista o fim referido”.

Deste valor, 28.320 euros serão entregues à empresa do próprio promotor, 75.953 euros a uma agência de comunicação — que o movimento não designa —, por um serviço de seis meses, e 33.901 serão destinados a custos logísticos.

De acordo com o promotor, à campanha de crowdfunding “seguem-se os estudos e elaboração de documentos que fundamentam a proposta legislativa à Assembleia da República, assim como campanhas de esclarecimento e sensibilização, colóquios e conferências, etc.”.

A campanha de crowdfunding dedica “especial atenção à complementaridade de todas as actividades, desde o controlo na produção, à embalagem e consumo, como única forma de rentabilizar sustentadamente a produção de cannabis”.

E lembra que Portugal “tem das melhores condições a nível europeu para produção de cannabis — solo, clima, água e know how”, afirmando que Portugal “corre o risco de perder uma oportunidade única a nível mundial dado que esta agro-indústria pode representar um encaixe económico relevante e gerar emprego e atingir, por exemplo, na sua plenitude, valores semelhantes à facturação de duas Auto-Europas em plena produção”.

Na plataforma, hoje colocada online, apresentam-se os orçamentos discriminados das despesas previstas, que serão todas auditadas e avalizadas por um TOC/ROC oficial.

A futura proposta de lei, deste movimento, parte da convicção de que o não aproveitamento dos subprodutos desta produção agrícola (actualmente apenas para utilização medicinal) “são a principal causa da grande perda na cadeia de valor da cultura agrícola”.

O movimento deseja “apresentar no Parlamento uma solução equilibrada, com enquadramento legal das multiplicidades de uso que cannabis contém, consubstanciada e credível para a sua produção e comercialização”.

Partindo de uma “produção agrícola sustentável”, a legislação que este movimento deseja levar a cabo baseia-se em quatro vectores: indústria têxtil (já presente em diversos automóveis); cannabis medicinal (que se vende nas farmácias); cannabis para fins terapêuticos (CBD, que se vende em lojas); e cannabis para efeitos recreativos (com 5% de THC), “quando hoje em dia se vende clandestinamente nas ruas produtos manuseados com 18% e 20% de THC”.

Pode consultar a campanha de crowdfunding aqui.

Agricultura e Mar Actual

 
       
   
 

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