O Conselho, o Parlamento Europeu e a Comissão vão debater ainda em Março a Alteração 171, que pretende regulamentar de forma mais restrita as normas em vigor relativamente à referência a lacticínios em produtos vegetais, como, por exemplo, o uso de expressões, “alternativa vegetal ao iogurte”, “não contém leite” ou termos como “cremoso” para descrever as alternativas vegetais aos produtos lácteos.
Uma decisão que agrada aos produtores de leite e lacticínios. Mas não aos produtores de alimentos de origem vegetal.
E é nesse sentido, que a Alpro, em conjunto com a ENSA (Associação Europeia de Alimentos de Origem Vegetal) e outras 92 organizações (Aliança Europeia para os Alimentos de Origem Vegetal), pede aos Estados-membros, ao Parlamento e à Comissão que se oponham à Alteração 171, por considerar que “vai contra os interesses dos consumidores da UE em termos de comunicação transparente, concorrência leal e ambições climáticas, apostando em mais produtos de origem vegetal como parte de um sistema alimentar saudável e sustentável”.
Em comunicado, a Alpro diz que a sua missão “é mudar a forma como o Mundo se alimenta, contribuindo para a “revolução alimentar” global: um movimento que pretende incentivar à adopção de hábitos alimentares e de hidratação mais saudáveis, sustentáveis e inclusivos”.
Refere a empresa que a alteração proposta “privará os consumidores de informação relevante sobre o benefício dos produtos de origem vegetal, por exemplo, mediante a proibição das palavras “não contém lactose”, “sem lácteos” ou por meio de comparações entre os lacticínios e as suas alternativas em termos de, por exemplo, as características nutricionais ou de sustentabilidade”. E que estas disposições “discriminam injustamente os produtos de origem vegetal utilizados como alternativa aos produtos lácteos”.
Promover uma mudança nas dietas
Em 2020, coincidindo com o seu 40º aniversário, a Alpro apresentou “Feeding our Future with Plants”, o compromisso da marca para os próximos cinco anos. Com foco em duas grandes áreas, na saúde e no planeta, a ambição da Alpro é promover até 2025 uma mudança para dietas mais saudáveis e sustentáveis, com uma maior presença de alimentos de origem vegetal.
Para isso, Alpro “esforça-se para oferecer aos consumidores uma ampla gama de produtos de base vegetal, que integrem uma dieta flexitariana, e em transmitir aos consumidores os conhecimentos que lhes permitam tomar decisões de forma consciente”.
“O flexitarianismo é uma tendência crescente e cada vez mais pessoas estão conscientes dos seus benefícios. A missão da Alpro é promover dietas flexitarianas e, por isso, trabalhamos para oferecer cada vez mais e melhores opções aos consumidores”, afirma Rita Freitas, responsável pela Alpro em Portugal.
E acrescenta: “estou convencida de que os responsáveis políticos também começarão a reconhecer a importância e urgência de mudar o sistema alimentar numa direcção mais sustentável. Por isso, pedimos ao Trílogo da UE que apoie a posição da Comissão e recuse a Alteração 171 pois a lei em vigor é suficiente quando aplicada”.
Alteração 171
O quadro regulamentar da UE, em vigor há mais de 30 anos, já protege a utilização de denominações de produtos lácteos, em que termos como “leite de soja” ou “queijo vegan”, por exemplo, não são permitidos. A Alteração 171 impõe restrições adicionais que, por parte da marca, são consideradas “desnecessárias, excessivas e contraproducentes”.
E realça que “interpretado no seu sentido mais estrito, pode inclusivamente afectar as práticas comerciais amplamente aceites para informar o consumidor sobre a textura e o sabor de um alimento de origem vegetal, bem como o uso de ilustrações e embalagens que também são utilizadas para os lacticínios”.
Refira-se que a Alpro, empresa europeia nascida na Bélgica em 1980 com o objectivo de promover uma alimentação mais baseada em vegetais como opção sustentável para o planeta e benefícios para a saúde, é líder europeia em produtos frescos de origem vegetal e criou uma ampla gama de bebidas vegetais, alternativas vegetais ao iogurte e natas, sobremesas, margarinas e gelados, todos à base de ingredientes de origem natural como a soja não OGM, amêndoas, avelãs, cajus, arroz, aveia ou coco.
Agricultura e Mar Actual