O secretário Regional da Agricultura e Florestas afirmou, na Ilha Terceira, que o bom desempenho do sector da carne nos Açores registado nos últimos anos nunca teria sido possível com o desligamento das ajudas do programa POSEI.
“O desenvolvimento que o sector da carne teve nos Açores nos últimos anos também foi possível devido ao tipo de ajudas que temos no âmbito do POSEI. Hoje, quando se fala em desligamento, e se pensarmos, por exemplo, no desligamento da ajuda ao abate de bovinos, estamos convictos que não teríamos condições para este crescimento que registamos nos últimos anos”, referiu João Ponte, que falava segunda-feira no final de uma reunião com a direcção do Núcleo de Criadores de Bovinos de Raças de Carne da Ilha Terceira.
Só nos últimos cinco anos, verificou-se um crescimento de 22,4% no número de bovinos aprovados para abate nos matadouros da Região, passando de quase 59 mil para mais de 72 mil abates anuais.
João Ponte considerou ainda que as alterações que têm vindo a ser feitas no POSEI têm sido muito importantes para o desenvolvimento do sector da carne, apontando o exemplo da isenção de cortes na ajuda financeira relativa ao abate dos primeiros 20 animais de cada produtor, o que permitiu que 85% dos produtores de carne bovina tenham recebido a sua ajuda sem qualquer redução.
Ajuda ao Transporte Interilhas de Jovens Bovinos
A criação da Ajuda ao Transporte Interilhas de Jovens Bovinos, em 2019, que abrange os produtores de Santa Maria, Graciosa, Flores e Corvo, também contribuiu para incentivar os produtores destas ilhas a enviarem jovens bovinos para abate nos matadouros de São Miguel, Terceira, Faial e Pico, deixando ficar na Região mais valias e rentabilizando o investimento que tem sido feito na modernização da rede regional de abate, em vez de exportar os animais em vida.
Apesar das alterações registadas no POSEI nos últimos anos, com benefícios directos para os produtores de carne de bovino, João Ponte disse que o Governo dos Açores está disponível para continuar a aperfeiçoar o prémio ao abate, no sentido de ajustar as ajudas a critérios de qualidade.
“É um caminho que temos que trilhar. Os apoios devem ser um instrumento que ajude a melhoria da qualidade das produções e a criação de valor para os produtores”, afirmou João Ponte, considerando que a possibilidade de haver um desligamento das ajudas do POSEI “pode ser um caminho errado”.
Agricultura e Mar Actual