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José Maria Costa: “CCDR Norte não deve transformar se em sindicato de autarcas do Norte”

Artigo de opinião do presidente da Câmara Municipal de Viana do Castelo, José Maria Costa

As futuras funções da Comissão de Coordenação da Região Norte no actual contexto nacional e europeu podem ser de extraordinária importância para a coordenação e cooperação inter-institucional num contexto complexo de crise económica e social pós Covid.

Se há momento em que necessitamos de conjugar investimento público e privado é este, tal como é urgente a necessidade de concertar as diferentes estratégias de desenvolvimento das sub-regiões e entidades do território para a dinamização das regiões do interior e de fronteira.

Nunca como agora o conhecimento e a inovação foram tão necessários como agora para oxigenar a actividade empresarial e a internacionalização das pequenas e médias empresas que constituem o perfil empresarial da região.

O reforço urgente da rede do ensino superior politécnico e universitário do interior, dotando-os de meios financeiros suficientes para promoverem o ensino e a inovação para que possam apoiar o tecido sócio económico das vilas e cidades do imenso interior de baixa densidade.

A densificação da estrutura técnica e organizativa da CCDR Norte terá de ser uma prioridade face ao desgaste e erosão sofrida nos últimos anos para que possam apoiar os projectos e iniciativas de ordenamento e desenvolvimento que se avizinham face aos novos desafios que a região vai enfrentar nos domínios do ambiente, da energia, das cidades e dos transportes.

A construção de um projecto mais aprofundado de cooperação transfronteiriça com a Galiza e Castela-Leão em que se promova a cooperação mais estreita das instituições autárquicas, científicas e empresariais deve prosseguir com passos mais fortes e determinados num percurso que tem ainda muito para progredir.

O apoio na internacionalização da região, com uma maior articulação com a AICEP e Câmaras Comércio e o melhor aproveitamento das oportunidades de programas e fundos europeus, com uma presença mais forte em Bruxelas da região Norte, potenciando desta forma a integração das cidades da região norte nas redes europeias de cidades e incentivando as parcerias e redes de conhecimento com universidades europeias pode e deve ser uma das opções de governação da CCDR Norte.

A componente cultural e turística da região tem de ser considerada um dos activos mais relevante na competição saudável da região norte com outras regiões europeias, desenvolvendo estratégias de afirmação cultural e turística, contando com a participação dos actores do território e promovendo de forma mais consistente e coerente no exterior o enorme potencial que temos.

Perante este quadro de referência e de grande exigência da região parece me que o candidato à futura presidência da CCDR Norte não deve ficar submetida à usual lógica partidária autárquica de equilíbrios e calculismos partidários, mas sim ser aberta a todos os sectores e actores do meio económico, social, académico e cultural.

A CCDR Norte merece muito mais do que ser um mero sindicato autárquico para distribuir fundos comunitários de acordo com as regras e compromissos por vezes dissonantes das realidades regionais e sub-regionais. A região Norte é muito mais, mas muito mais que o somatório das autarquias, independentemente da qualidade das intervenções dos autarcas.

Agricultura e Mar Actual

 
       
   
 

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