O deputado do CDS-PP João Pinho de Almeida quer saber se a ministra da Agricultura, Maria do Céu Albuquerque, “está a par das dificuldades que os produtores de cereja e pêssego da região de Castelo Branco atravessam”, devido aos estragos avultados provocados por fenómenos climáticos ocorridos em Março e Abril deste ano, e se dada a importância destas fileiras para a economia regional e nacional, nomeadamente a da cereja, “que medidas já foram, ou estão a ser tomadas, no sentido de ajudar estes produtores e minimizar o impacto pela ausência de produção comercializável para fazer face à procura interna”.
Numa pergunta à ministra da Agricultura, João Pinho de Almeida questiona depois se a governante “considera viável a criação de uma linha de crédito com juros bonificados e período de carência, com garantias do Estado com limites de montante por hectare de pomar em produção, para produtores afectados pelas quebras avultadas de produção, e ainda se o Governo vai criar condições para que haja uma especial atenção nas peritagens dos seguros de colheita realizados a estas culturas na campanha de 2020, para que se adequem o mais possível à realidade dos segurados”.
Produção de cereja e pêssego na região
Explica um comunicado do CDS que a produção de cereja e pêssego representam um peso social e económico relevante no distrito de Castelo Branco, representando mais de 50% do total da produção nacional.
A cereja representa um volume de negócios de cerca de 14 milhões de euros, enquanto o pêssego representa um volume de negócios próximo dos 6 milhões de euros.
“É por isso importante, tanto para a economia da região como para a economia nacional, encontrar mecanismos legislativos que permitam apoiar e mitigar a quebra de rendimento de todos os que estão directa e indirectamente ligados a estas duas fileiras”, realça o mesmo comunicado.
E acrescenta que este ano, “para além das vicissitudes decorrentes da pandemia, a campanha tem vindo a revelar-se anómala e atípica, com registo de estragos avultados devido à queda de neve que ocorreu a 30 e 31 de Março, seguida da formação de geada e de gelo a 1 de Abril, que queimou flores, folhas e frutos vingados”.
Quebra produtiva superior a 70%
Os estragos relatados ao Grupo Parlamentar do CDS-PP “podem vir a superar 70% de quebra produtiva com todas as implicações sociais e económicas daí resultantes para a região, prevendo-se também um impacto nacional pela ausência de produção comercializável para fazer face à procura interna”.
Os centristas entendem “serem justas as reivindicações destes produtores, podendo ser tomadas algumas medidas, no imediato, de modo a permitir-lhes cumprir com as suas obrigações diárias como empresários”.
“Falamos, nomeadamente, da criação de uma linha de crédito com juros bonificados e período de carência, com garantias do Estado com limites de montante por hectare de pomar em produção, para produtores afectados pelas quebras avultadas de produção, e de uma especial atenção nas peritagens dos seguros de colheita realizados a estas culturas na campanha de 2020, no sentido de estas se adequarem o mais possível da realidade dos segurados”, refere o mesmo comunicado.
Agricultura e Mar Actual