Os termos Inteligência Artificial, Big Data, Machine Learning e Internet das coisas estão na ordem do dia em distintos sectores e serviços e um dele é a agricultura. É o mundo digital a revolucionar o que cultivamos e como e quando o devemos fazer, trazendo vantagens relacionadas com diminuição de perdas, aumento de produção, rastreabilidade e precisão.
O sector agrícola enfrenta vários desafios relacionados com a crescente variabilidade das condições climáticas, diretamente associada à dinâmica do crescimento das culturas, saúde vegetal, doenças e influxos de pragas.
Projecto InteliCROP
O ISQ tem soluções que visam fornecer recursos e serviços tecnológicos de apoio à decisão para uma agricultura sustentável e inteligente, ajudando a elaborar acções preventivas contra problemas fitossanitários (projecto InteliCROP – ESA SMALL ARTES).
“Está em causa melhorar a monitorização de variáveis agrícolas, fornecendo informações e previsões confiáveis sobre a produção, indicadores agrícolas, índices de vegetação, ou riscos fitossanitários, com a devida antecedência, para facilitar respostas e planeamento de contingência que possam proteger as culturas”, sublinha Pedro Matias, presidente do ISQ.
Com a plataforma integrada InteliCROP “é possível potenciar as capacidades dos métodos de observação da Terra e métodos de inteligência artificial, o que vem permitir identificar padrões e correlações em dados agro-climáticos específicos para mapeamento de ocorrências na agricultura”, continua Pedro Matias.
Esta solução destina-se a agricultores, técnicos agrícolas, cooperativas ou associações e direcções regionais, não descartando consultores, institutos de pesquisa ou mesmo companhias de seguros.
Projecto MAIS Tec
Outro exemplo de inovação na agricultura, consiste na transferência de conhecimento científico e tecnológico para a promoção da competitividade da Região Norte, nomeadamente do tecido empresarial. Este projecto (MAIS Tec – um consórcio constituído pelo ISQ, SANJOTEC, Universidade de Aveiro, e a Tecminho) encontra-se alinhado com a especialização presente na região Entre o Douro e o Vouga, apostando na transferência de conhecimentos científicos e tecnológicos do sistema de I&I para as empresas. Um suma, fomenta a promoção da qualificação da região por via da tecnologia.
Continuando na senda da tecnologia neste sector, a investigação de ponta também pode ser aplicada a estufas. Neste sentido, o ISQ desenvolveu ainda um dispositivo IoT, uma plataforma digital para a monitorização de estufas: a SmartGreenHouse. O objectivo é contribuir para uma agricultura sustentável por via do aumento do conhecimento dos meios de cultura e variáveis intervenientes.
“O dispositivo IoT permite medir em tempo real diversos indicadores, e.g. temperatura, humidade do ar, luminosidade, humidade no solo (cultura em substrato), electro-condutividade da solução de irrigação (cultura em hidroponia), pH da solução de irrigação (cultura em hidroponia), CO2, O2, qualidade do ar”, explica Pedro Matias.
Os dados medidos são enviados via wireless para uma base de dados integrada na plataforma digital. A plataforma desenvolvida permite visualizar o histórico de dados, monitorizar em tempo real as variáveis medidas, ou implementar modelos avançados para processamento e análise de dados. Assim, os resultados são disponibilizados num interface web, com possibilidade de também serem apresentados numa aplicação android.
Agricultura e Mar Actual