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João Ponte: Jovens são imprescindíveis para uma agricultura mais forte e competitiva

O secretário Regional da Agricultura e Florestas destacou, em Angra do Heroísmo, a importância dos jovens para o futuro da agricultura nos Açores, que se quer mais forte e competitiva, considerando que o seu contributo activo é determinante para o desenvolvimento sustentável do sector, para a fixação de pessoas nos meios rurais e para o desenvolvimento económico da Região.

“Saúdo todos os jovens agricultores e relevo a importância da actividade que exercem e que muito contribuiu para o desenvolvimento económico, social e ambiental da nossa Região e desta ilha, em particular”, afirmou João Ponte, que falava sexta-feira nas comemorações do 30.º aniversário da Associação de Jovens Agricultores Terceirenses.

“Os jovens, vencendo desafios estruturais e ultrapassando conjunturas difíceis ao longo do tempo, construíram um percurso notável em termos de progresso na agricultura”, acrescentou.

Produtividade média das explorações leiteiras aumenta 8%

Na sua intervenção, João Ponte indicou que existem várias evidências do “sólido trajecto” feito nesta legislatura, concretamente na Ilha Terceira, apontando o facto da produtividade média das explorações leiteiras ter aumentado 8%, a receita directa da produção de leite ter crescido 12% e o volume de negócios das indústrias de lacticínios aumentado 7%.

Paralelamente, no mesmo período, a exportação de carne de bovino na Terceira cresceu 10%, representando 53% dos abates de bovinos, entraram no sector mais 50 jovens agricultores e foram aprovados 190 projectos de modernização, com um investimento de 20 milhões de euros.

Agricultores com idade média de 53 anos

O secretário Regional destacou que, apesar de, nos Açores, os produtores agrícolas apresentarem uma idade média de 53 anos, é objectivo estratégico do Governo rejuvenescer o sector e garantir o seu futuro no arquipélago.

Para isso, João Ponte salientou que, já no próximo ano, será implementado o programa Jovem Agricultor e o novo regime de cessação da actividade agrícola, proporcionando condições para atrair mais jovens agricultores e permitir que os mais idosos possam dar lugar a uma nova geração de agricultores.

Novos programas PROAGRI e I9AGRI

Perante os jovens agricultores terceirenses, o governante disse ainda que em 2020 serão lançados os programas PROAGRI e I9AGRI, que permitirão apoiar projectos nas áreas da inovação, da agricultura de precisão e melhorar a eficiência e a rentabilidade das explorações.

“Temos ainda uma preocupação permanente em dar melhores condições de trabalho aos agricultores, reduzir os custos de produção das explorações, melhorar o rendimento dos produtores e a rentabilidade das empresas”, afirmou João Ponte, frisando que, para isso, é necessário que exista “mais abastecimento de água e de energia eléctrica nas explorações e melhores caminhos agrícolas, como referenciais de padrões de modernidade e capacitação de índices mais elevados de competitividade e de melhoria directa no rendimento”.

Agricultura Biológica

O secretário Regional frisou também que está já em implementação a Estratégica para a Agricultura Biológica, confirmando a aposta do Governo dos Açores numa agricultura ainda mais sustentável e que gere mais valor, sendo que, no âmbito das alterações ao programa POSEI para o próximo ano, foram criados incentivos ao desenvolvimento da agricultura biológica.

“Estão disponíveis suplementos aos prémios ao abate, à vaca leiteira, aos produtores de leite, às culturas arvenses e às hortofrutícolas. Isentamos de rateio a quase totalidade destes suplementos e alargamos estes incentivos ao período de conversão”, referiu João Ponte, considerando que estes são “bons exemplos” da determinação e da aposta que o Governo dos Açores está a fazer na promoção da agricultura biológica.

Para o governante, a determinação do Executivo em apoiar a agricultura e os jovens agricultores acontece porque existe a forte convicção de que “sem jovens na agricultura o futuro deste sector e o futuro das zonas rurais não está assegurado”.

“Se não tornarmos a agricultura e as zonas rurais atractivas aos jovens, provavelmente estes irão procurar outras alternativas”, alertou.

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