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Viana do Castelo teme efeitos do Windfloat Atlantic na pesca. Ana Paula Vitorino reúne com José Maria da Costa

O presidente da Câmara de Viana do Castelo, José Maria da Costa, pediu ontem, 19 de Novembro, uma reunião urgente à ministra do Mar para discutir o impacto, na actividade piscatória da região, da instalação de um parque eólico flutuante ao largo do concelho, o projecto Windfloat Atlantic.

Presidente socialista da Câmara de Viana do Castelo, José Maria da Costa

Hoje, o Gabinete de Ana Paula Vitorino, através de nota de imprensa, já fez saber que o Ministério do Mar está aberto a continuar uma “proximidade e conciliação de interesses” e tem já agendada, para a próxima sexta-feira, uma nova reunião com José Maria da Costa, e com representantes da comunidade piscatória de Viana do Castelo.

O projecto da Central Eólica Offshore – WindFloat Atlantic (CEO-WA) localiza-se no espaço marítimo nacional, a Oeste da cidade de Viana do Castelo, a uma distância da costa compreendida entre as 8,9 milhas (16,5 km) e as 10 milhas (18,5 km), aproximadamente.

Trata-se de um projecto de aproveitamento da energia das ondas orçado em 125 milhões de euros, coordenado pela EDP, através da EDP Renováveis, e que integra o parceiro tecnológico Principle Power, a Repsol, a capital de risco Portugal Ventures e a metalúrgica A. Silva Matos.

“Insatisfação” manifestada por 15 armadores

O autarca socialista José Maria Costa explicou em comunicado que o pedido de audiência com “carácter de urgência” enviado a Ana Paula Vitorino surgiu na sequência da “insatisfação” manifestada por 15 armadores de Viana do Castelo, Caminha, Vila do Conde, Póvoa de Varzim e Esposende e pelas associações Vianapesca e Promar.

Segundo José Maria Costa, os armadores e organizações representativas do sector “deram nota da insatisfação do local aprovado para a instalação da central eólica flutuante Windfloat Atlantic”.

Em causa o trabalho de 14 embarcações

“A localização foi contestada no período de discussão pública pelos pescadores e pela autarquia de Viana do Castelo por colocar em causa o trabalho e o espaço de instalação das artes de pesca de 14 embarcações, das quais dependem mais de 140 famílias”, sustenta José Maria Costa.

O Gabinete de Ana Paula Vitorino realça a importância do projecto Windfloat Atlantic e garante que “em todo este processo, o Ministério do Mar fez um esforço significativo de conciliação entre as actividades de pesca já existentes e o novo projecto Windfloat Atlantic, estando hoje seguro que o resultado final se traduz numa harmonização entre as actividades”.

Várias iniciativas de esclarecimento em Viana do Castelo

“Importa ainda salientar que o projecto Windfloat Atlantic foi alvo de várias iniciativas de esclarecimento em Viana do Castelo, quer junto da Câmara Municipal quer junto da população local, em particular da comunidade piscatória de Viana do Castelo”, salienta o Ministério de Ana Paula Vitorino.

Windfloat Atlantic

A nota de imprensa da ministra do Mar refere ainda que o projeto Windfloat Atlantic é um “projecto pioneiro a nível mundial, que visa a exploração do recurso eólico em águas profundas. Este projecto de energia renovável oceânica assume especial importância para o país e para a região de Viana do Castelo, abrindo um novo campo de exploração dos recursos energéticos sustentáveis no mar e de produção de energia renovável, criando um novo sector industrial e muitos novos postos de trabalho”.

E diz ainda o Gabinete de Ana Paula Vitorino ser “inegável” a “importância do sector das pescas para Portugal e, mais concretamente, para a região de Viana do Castelo. De resto, a preocupação pela actividade piscatória e pelos seus profissionais foi sempre tida como prioritária em todos os processos e particularmente no do Windfloat Atlantic, razão pela qual foram inclusive feitas alterações no desenho inicial do projecto, de forma a impactar o menos possível nas actividades de pesca já instaladas na zona”.

Ver também:

Windfloat Atlantic já tem financiamento. BEI vem a Lisboa assinar protocolo

WindFloat Atlantic, parque eólico offshore ao largo de Viana do Castelo, concluído em 2019

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