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WindFloat Atlantic, parque eólico offshore ao largo de Viana do Castelo, concluído em 2019

O projecto WindFloat, desenvolvido pelo grupo português ASM (A. Silva Matos), que é pioneiro em Portugal na construção de unidades de produção de energia eólica offshore flutuante, vai dar um novo ‘salto’ no próximo ano. O grupo concluirá, em 2019, o projecto WindFloat Atlantic, um parque eólico offshore para operar comercialmente ao largo de Viana do Castelo com 3 unidades.

O anúncio foi feito por Ricardo Morgado na Conferência “Conhecer o Mar: investigação e inovação”, com a qual arrancou, na manhã de 9 de Outubro, na Casa da Baía, em Setúbal, a Semana do Mar 2018.

Este projecto, uma vertente inovadora nas energias renováveis que tira partido das condições atmosféricas ideais oferece o mar, sendo a Lisnave e a EDP seus parceiros, tem já o protótipo Winfloat 1, construído nas instalações do estaleiro em Setúbal em 2011.

Plataformas flutuantes ancoradas ao fundo do mar

A central é composta por três aerogeradores, assentes em plataformas flutuantes ancoradas ao fundo do mar, similares às testadas no projecto WindFloat, que esteve implantado na Póvoa de Varzim, entre 2011 e 2016.

Da plataforma que fica mais próxima da costa, partirá um cabo eléctrico submarino em direcção a terra, o qual terá a função de transportar a energia produzida até ao ponto de interligação com a rede eléctrica existente.

Este projecto prevê uma produção anual média estimada em cerca de 74,5 GWh. Este valor equivale, em termos médios, ao consumo doméstico de energia eléctrica de um aglomerado populacional de cerca de 60.000 habitantes (cerca de ¾ do número de munícipes de Viana do Castelo).

Saiba mais sobre o projecto aqui.

Semana do Mar 2018: Conferência ”Conhecer o mar”

A Semana do Mar 2018 teve início na manhã de 9 de Outubro, na Casa da Baía, em Setúbal, com a Conferência “Conhecer o Mar: investigação e inovação”, organizado pela Administração dos Portos de Setúbal e Sesimbra (APSS) e pela Câmara Municipal de Setúbal (CMS).

O evento deu a conhecer vários projectos científicos e industriais inovadores que, aliando a sustentabilidade ambiental ao aporte económico, “são demonstrativos da importância do mar para o futuro da região e do País”, refere uma nota de imprensa do Porto de Setúbal.

As boas-vindas aos oradores e participantes foram dadas presidente da autarquia de Setúbal, Maria das Dores Meira e pela presidente da APSS, Lídia Sequeira.

Zona Económica Exclusiva de mais de 1,7 milhões de Km2

Na sua intervenção Maria das Dores Meira afirmou que o mar representa para Portugal recursos enormes, com uma Zona Económica Exclusiva (ZEE) de mais de 1,7 milhões de Km2, mas que também implica uma enorme responsabilidade na sua gestão.

Por outro lado, num momento “muito importante em que o Porto de Setúbal inicia a modernização e ampliação das suas capacidades, com benefícios para Setúbal e para o País”, reiterou as “vantagens da coordenação com o Governo e com a APSS, para um desenvolvimento em harmonia com a cidade e o que a rodeia”.

Lídia Sequeira, por sua vez, referiu que desde o início da sua presidência na APSS tem “constatado o grande desenvolvimento da cidade de Setúbal e que a cooperação” com a Câmara de Setúbal “tem sido e será muito boa”.

Sobre a Semana do Mar, que considerou “uma tradição em Setúbal”, com actividades muito interessantes, é um evento muito importante para as novas gerações, sendo para muitos jovens um primeiro contacto com o mar e as suas actividades.

Desenvolvimento do porto em articulação com a cidade

No debate que se seguiu, a presidente da APSS realçou ainda que o desenvolvimento do porto “tem que ser feito em articulação com a cidade e a importância desse desenvolvimento para a economia da região, designadamente através dos novos projectos das acessibilidades marítimas e ferroviárias norteados, também, por princípios de sustentabilidade ambiental”.

Com moderação do Comandante Manuel Pedreiro, director de Pilotagem da APSS, o painel de oradores foi composto por Nuno Lourenço, vogal do Instituto Português do Mar e Atmosfera (IPMA); Ricardo Morgado, da ASM Industries; Susana Garrido, investigadora do IPMA; Isabel Ventura, da Direcção-Geral de Recursos Naturais, Segurança e Serviços Marítimos (DGRM).

Dar a conhecer o projecto que envolve o navio de investigação do “Mar Portugal”, uma das “estrelas” a marcar presença em Setúbal durante a Semana do Mar 2018, foi o objectivo da apresentação de Nuno Lourenço.

Navio de investigação do IPMA

O navio do IPMA tem capacidade para 30 investigadores, foi convertido como navio de investigação e de “survey” para águas profundas, no âmbito de um projecto co-financiado pela UE. Trata-se uma plataforma moderna que tem operado à escala mundial, desde 2014, e está equipado para a realização de operações de geotecnia marinha, oceanografia, operações com ROV (veículo de operação remota), pesca (para estudo das espécies), e levantamentos geofísicos, entre outras actividades investigação científica, sendo igualmente um equipamento de fulcral importância para consolidar o conhecimento da ZEE portuguesa.

Projecto Sardinha 2020

Abordando um tema muito presente na actualidade, Susana Garrido, investigadora do IPMA, apresentou o “Projecto Sardinha 2020”. Um projecto inovador que visa contribuir para uma melhor gestão dos recursos marinhos no contexto das actividades de pesca sustentável.

Este projecto, analisa entre outras, as relações entre a biologia e ecologia da sardinha e as condições ambientais, as componentes sociais e económicas da pesca do cerco e a capacidade de modelar a resposta da população de sardinha, no futuro face a diferentes cenários.

Stocks estão num nível não sustentável

Segundo fonte institucional do Programa Mar 2020, os pareceres científicos apontam para que os “stocks estão num nível não sustentável, chegando ao ponto de propor a suspensão da pesca da espécie”. Mas, alguns armadores e pescadores têm uma opinião contrária e argumentam que não há necessidade de impor restrições à pesca porque há muita sardinha.

É para responder a algumas destas problemáticas que o grupo interdisciplinar formado no seio do IPMA vai realizar este estudo que tem um carácter inovador ao nível das metodologias, das acções e da análise de resultados.

1,5 milhões de euros do FEAMP

O resultado expectável deste estudo, que receberá uma contribuição do Fundo Europeu dos Assuntos Marítimos e das Pescas (FEAMP) e pública de 1,5 milhões de euros, vai permitir perceber qual a influência do ambiente na produtividade, a taxa de mortalidade nas várias fases de desenvolvimento da espécie, analisar o seu crescimento e reprodução, distribuição espacial da sardinha, a actividade da pesca e avaliação dos stocks.

Plano de gestão para a pesca do cerco

O Sardinha 2020 pretende, finalmente, desenvolver um plano de gestão para a pesca do cerco para a melhoria da avaliação e recomendações para a gestão das principais espécies capturadas por esta arte de pesca.

Este plano de gestão, dizem os responsáveis pelo Mar 2020, permitirá, também, considerar de forma integrada, as interacções biológicas entre as espécies pelágicas capturadas pela pescaria, interacções sócio-económicas bem como as condicionantes tecnológicas da pescaria.

Aquicultura da Região de Setúbal

Finalmente, Isabel Ventura, da DGRM, falou aos presentes sobre a “Aquicultura da Região de Setúbal”, uma actividade que, em Portugal, tem 1.518 estabelecimentos licenciados e teve, em 2016, um valor de produção superior a 75 milhões de euros. Em Setúbal, existem 55 estabelecimentos licenciados, com uma produção de 900 toneladas.

Pretendendo-se uma “aquicultura sustentável, eficiente, inovadora e competitiva” mais facilitadora dos licenciamentos, que nos dias de hoje são obtidas em 70 dias (média). Estão a ser desenvolvidos diversos projectos de investigação que visam desenvolver e dar conhecer metodologias inovadoras para o crescimento da produção, inclusive em Setúbal.

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