O I Congresso Luso-Espanhol de Pecuária Extensiva realiza-se em Sevilha a 8 e 9 de Novembro. A organização do Congresso está a cargo de uma parceria alargada de que faz parte a ACOS – Associação de Agricultores do Sul, a União dos Agrupamentos de Defesa Sanitária (ADS) do Alentejo, as cooperativas agro-alimentares da Andaluzia e a Federação dos Agrupamentos de Defesa Sanitária Animal desta última região.
A inauguração do Congresso contará com a presença do ministro da Agricultura, Pesca e Alimentação espanhol e do
Ministério da Agricultura, Florestas e Desenvolvimento Rural português.
Abordar e dar a conhecer a importância ambiental, territorial, económica e social do sistema de produção pecuária em extensivo, reflectir sobre as suas práticas e desafios, as mais-valias para a preservação da biodiversidade e de acção contra incêndios, assim como o alargamento dos circuitos de comercialização dos produtos, são alguns dos propósitos do encontro, explica a direcção da ACOS.
À escala ibérica
Realizado à escala ibérica, o Congresso tem como objectivos abordar potencialidades, oportunidades, constrangimentos e desafios que são comuns a ambos os lados da fronteira. Conta com a participação de um leque alargado de especialistas conceituados em diversas áreas, desde a sanidade animal, passando pela acção ambiental e territorial do montado/dehesa, até à comercialização.
O montado português e a dehesa espanhola são ecossistemas caracterizados por actividade agropecuária no interior de sistemas florestais tipicamente mediterrânicos, com uma grande biodiversidade, tanto de fauna como de flora.
“São habitats únicos no Mundo, que importa reconhecer e salvaguardar, razão pela qual se juntaram, na organização do evento, entidades de ambos os lados da fronteira para ganhar dimensão tanto de trabalho conjunto, como de capacidade reivindicativa junto dos decisores políticos nacionais e comunitários, com especial importância nesta fase determinante do delineamento da Política Agrícola Comum pós 2020“, salienta a ACOS.
Fonte: APCOR
Gado na protecção contra incêndios
O maneio de gado no sistema de produção em extensivo apresenta como vantagens a sua acção de protecção contra incêndios, de prevenção da perda de solo, de absorção de dióxido de carbono (CO2), de barreira frente às alterações climáticas, entre outros contributos que importa ver reconhecidos e remunerados pela sociedade.
De acordo com a direcção da ACOS “é urgente reforçar a cooperação, com ganhos de escala, tanto a nível da produção, como de investigação aplicada, com trabalho conjunto a nível sanitário, técnico e económico”.
Todos os interessados em participar, tanto produtores, empresários, como técnicos e especialistas e de áreas ligadas directa ou indirectamente à pecuária em extensivo deverão inscrever-se no Congresso.
O link do site, que está em português e em espanhol, aqui.
Montado cresce 3% ao ano
Segundo a APCOR — Associação Portuguesa de Cortiça, a área de montado tem crescido cerca de 3%, nos últimos 10 anos, como consequência de alguns programas de reflorestação. Mais de 130 mil hectares foram plantados em Portugal e Espanha, nos últimos 10 a 15 anos, com uma densidade de aproximadamente 120 a 150 sobreiros por hectare.
O montado pode apresentar-se como uma densa floresta ou como uma área de pastagem ou mato intercalada por árvores. A densidade média é de, aproximadamente, 80 árvores por hectare, embora possa chegar a 120 árvores ou mais, sendo que 5 % da área total pode ser utilizada para culturas cerealíferas como o trigo, a cevada ou a aveia, e 40% para pastagens.
Denomina-se montado à área de povoamento mais aberto (a típica paisagem alentejana) que faz lembrar a savana e cuja espécie dominante é o sobreiro. No entanto, os sobreiros podem ser encontrados em comunidade com outras espécies – outro tipo de carvalhos, pinheiro-bravo e pinheiro manso – dando origem aos sobreirais, bosques mais fechados e densos, onde se encontram, também, outras espécies: estevas, sargaços, giestas, entre outros.
Agricultura e Mar Actual