O secretário Regional da Agricultura e Florestas dos Açores defendeu hoje, 20 de Setembro, em Vila Franca de Xira, no evento ‘Queijo de São Jorge Denominação de Origem Protegida (DOP)’, organizado pela Lactaçores, que há potencial e oportunidades para aumentar a quota de mercado do queijo dos Açores no continente, onde existe grande apetência pelos produtos açorianos.
Para João Ponte, este potencial resulta da grande qualidade do queijo, feito à base de leite de vaca criada em pastagem 365 dias por ano, da certificação e da produção, que respeita todas as regras de segurança alimentar e higiene, mas também pelo facto de os queijos produzidos nos Açores terem uma grande aceitação no mercado de Portugal continental.
Portugal importa anualmente 54 mil toneladas de queijo
Por outro lado, a oportunidade resulta do facto de Portugal continuar a importar anualmente 54 mil toneladas de queijo, sendo que nos Açores se produzem 31 mil toneladas de queijo, das quais 3 mil toneladas são Queijo de São Jorge.
João Ponte considerou fundamental que as indústrias na Região explorem mais e melhor as preferências dos consumidores do território continental, procurando inovar para reforçar a quota de mercado e obter, assim, uma melhor valorização de um produto tão nobre.
Importante incrementar as exportações de produtos lácteos
João Ponte acrescentou ser também importante incrementar as exportações de produtos lácteos, tirando partido, desde logo, dos circuitos já estabelecidos por Portugal com países estrangeiros, bem como procurando novos mercados, designadamente em países cujos mercados foram abertos recentemente.
“Não tenho dúvida de que existe esta ambição, meios e competências para atingir esse objectivo. Esta iniciativa prova isso mesmo”, disse João Ponte, acrescentando que “o Queijo de São Jorge DOP é um produto que tem tradição, história, é um produto ‘certificado pela natureza’ e distinto de todos os outros queijos que se produzem no país”.
O titular da pasta da Agricultura salientou que esta iniciativa da Lactaçores, que contou com a presença do Governo da República, chefes conceituados e representantes da grande distribuição, é mais um contributo para a notoriedade do Queijo de São Jorge DOP no continente e, ao mesmo tempo, promove a qualidade, criando novas oportunidades de negócio para um produto genuíno, com mais de 500 anos de história e um ‘ex-libris’ da ilha de São Jorge e dos Açores.
Turismo ajuda lacticínios
Para João Ponte, o crescimento turístico que se verifica nos Açores constitui igualmente uma excelente oportunidade para as produções regionais, nomeadamente o queijo, porque os turistas são potenciais consumidores e embaixadores dos produtos açorianos.
O governante frisou que o percurso de reestruturação das cooperativas, o cumprimento da regulamentação da segurança alimentar e da certificação do Queijo de São Jorge foi conseguido, “preservando sempre a qualidade do produto de excelência e sabor único”, numa ilha com grande apetência natural e condições ímpares para a produção de leite.
“Seja em São Jorge, na vila das Velas – Capital do Queijo, ou aqui em Vila Franca de Xira, renovamos o compromisso, que queremos duradouro e que nos deve envolver a todos, que é o de trabalharmos em conjunto pelo desenvolvimento da agricultura e por um grande futuro do Queijo de São Jorge”, frisou João Ponte, que é Confrade Honorário da Confraria do Queijo de São Jorge.
Agricultura e Mar Actual