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Produção total de carne foi de 889 mil toneladas em 2017. Menos 0,4%

A produção total de carne, em 2017, situou-se nas 889 mil toneladas, reflectindo uma variação de negativa em 0,4%, quando comparada com a produção do ano 2016, divulga o Instituto Nacional de Estatística (INE) na edição de 2017 das “Estatísticas Agrícolas”.

Houve uma diminuição de 4,4% do total de carne de reses (inclui bovinos, suínos, ovinos, caprinos e equídeos), enquanto a carne de animais de capoeira (inclui galináceos, perus e patos) apresentou um aumento de 5,3%.

Carne de bovino

A produção de carne bovina (91 mil toneladas) foi superior em 0,5%, resultante sobretudo do abate de animais mais pesados, já que em número de cabeças a variação foi de 0,1% face a 2016.

Observou-se um acréscimo nos vitelos (+1,1%) e os bovinos adultos registaram também uma variação positiva (+0,4%), com menor produção da categoria novilhos mas aumentos de produção nas categorias bois, novilhas e vacas.

Falta de pastagem

A seca ocorrida em 2017 levou os produtores de vacas aleitantes em pastoreio a reduzir os efectivos, quer por falta de pastagem, quer pelo custo da palha, o que levou ao aumento do abate de fêmeas e machos adultos.

Este facto terá contribuído de forma decisiva para a manutenção do volume de abate em relação a 2016, diluindo indicadores que apontavam para a sua diminuição em 2017, como o aumento das exportações de animais vivos para países terceiros.

Os preços à produção registados foram também superiores aos do ano anterior (+2,2 p.p. no índice de preços, face a 2016), refere o INE.

Suíno

As 378 mil toneladas de carne de suíno, produzidas em 2017, representaram um decréscimo de 5,5% em relação a 2016, com os abates a registarem diminuições nas categorias leitões, porcos de engorda e reprodutores. De referir que, durante a crise que se verificou no sector nos anos 2015-2016, a venda de reprodutoras de substituição caiu e o abate de porcas aumentou.

Acrescentam os técnicos do INE que muitos produtores não tiveram capacidade financeira para substituir os animais e fizeram-no apenas em 2017, o que indica uma renovação do efectivo reprodutor (menos fêmeas reprodutoras e mais jovens), com a consequente diminuição do nível de produção em relação ao ano anterior.

Ovinos

A produção de carne de ovinos (15,8 mil toneladas) decresceu 7,5% relativamente a 2016. Esta situação resultou do menor número de borregos levados ao abate (-11,3%), facto justificado, em parte, pelo aumento das exportações de animais vivos (+177% face a 2016) e por uma produtividade inferior, resultante das condições de seca em 2017.

Por outro lado, registou-se um aumento expressivo do abate de animais adultos (mais pesados), facto para o qual a seca terá igualmente concorrido, com os produtores a enviar para abate os animais mais velhos, dada a escassez de alimento.

Caprinos

Nos caprinos (1,1 mil toneladas de carne produzidas), apesar do decréscimo ter sido menos significativo (-0,7%), verificou-se uma situação semelhante à da espécie ovina: menor abate de cabritos (-6,5%) e um aumento do número de animais adultos abatidos (+34,2%).

Animais de capoeira

Quando comparada com o ano 2016, a produção de carne de animais de capoeira registou um aumento global de 5,3%, tendo atingido as 389 mil toneladas.

A produção de frango alcançou as 318 mil toneladas, com um acréscimo de 5,4%, consequência da maior produção nacional dos aviários de multiplicação e da importação de aves do dia.

Os dados dos abates confirmaram o dinamismo da actividade neste segmento, expresso pelo aumento do número de cabeças e sobretudo do volume, resultando num peso médio da carcaça de frango superior em cerca de 3%, relativamente a 2016.

De referir o aumento da importação de pintos do dia para produção de carne (+53%, face a 2016) e a redução das saídas para o exterior (-9%), solução de recurso para colmatar as dificuldades provocadas nos aviários pelos incêndios ocorridos em Outubro de 2017.

Pato e peru

Na carne do pato verificou-se uma redução pouco significativa, relativamente a 2016 (-0,8%), com 10,6 mil toneladas produzidas. A produção de carne desta espécie tem-se mantido relativamente estável nos últimos anos.

A produção de carne de peru (43,4 mil toneladas produzidas), pelo contrário, reforçou a tendência de aumento (+4,4% em 2017, que compara com +2,1% em 2016), com acréscimos do efectivo em produção e confirmação da tendência de crescimento com a reposição do potencial de produção nacional.

A produção total de “outras carnes” (inclui caça, pombos, coelhos, codornizes e avestruzes) não ultrapassou as 14 mil toneladas em 2017, ou seja um decréscimo de 5,2%, devido essencialmente ao menor volume de produção de carne de coelho (-6,6%) e de codorniz, que diminuiu 13,9% em relação ao ano anterior.

Agricultura e Mar Actual

 
       
   
 

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