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Produção de tomate e arroz cai 5%, com campanha das fruteiras bastante favorável

As previsões agrícolas, em 30 de Setembro, apontam para uma produção de tomate para a indústria inferior à das duas últimas campanhas (-5%, face a 2016, e -17%, face a 2015), observando-se problemas fitossanitários que dificultaram o amadurecimento dos frutos, refere o Boletim Mensal da Agricultura e Pescas de Outubro de 2017 do Instituto Nacional de Estatísticas (INE).

O INE informa que as actuais previsões não fazem referência a eventuais impactos dos incêndios de 15 de Outubro em áreas agrícolas e de pastagens, por se reportarem a 30 de Setembro.

Adiantam os analistas do INE que também no arroz se registam diminuições na produção (-5%), em resultado da redução simultânea da área semeada e da produtividade. Em sentido contrário, espera-se um aumento da produtividade do milho de regadio (+5%), com as primeiras colheitas a revelarem níveis de humidade do grão muito baixos, e um aumento de 15% na produção de batata de regadio.

Fruta a crescer

Já a campanha das fruteiras perspectiva-se bastante favorável. Nas maçãs a produção deverá alcançar as 300 mil toneladas (+25% face a 2016), enquanto que nas pêras, após dois anos de maus vingamentos e fortes ataques de estenfiliose, observa-se uma recuperação para níveis de produção próximos do habitual.

No kiwi, apesar de se esperarem frutos de menor calibre, as previsões apontam para um aumento no rendimento unitário de 15%, ultrapassando as 10 toneladas por hectare. O INE destaca ainda a amêndoa, cuja produção, pela primeira vez neste século, deverá ultrapassar as 20 mil toneladas.

Relativamente ao vinho, as expectativas são elevadas: a produção deverá aumentar 10%, face à vindima de 2016, e a qualidade dos mostos faz antever a produção de bons vinhos.

Clima

Os analistas do INE salientam que o mês de Setembro caracterizou-se, em termos meteorológicos, como extremamente seco, tendo sido o Setembro mais seco dos últimos 87 anos em Portugal Continental, com uma precipitação total de apenas 2mm (que corresponde a 5% da normal 1971/2000). Este cenário conduziu a um aumento da área em situação de seca severa e extrema que, de acordo com o Índice PDSI, já abrangia mais de 88% do território. De realçar ainda que, no período de Abril e Setembro, os valores da quantidade de precipitação foram persistentemente inferiores à normal, tendo este semestre sido o segundo mais seco desde 1931 (apenas 2005 registou menos precipitação). Quanto à temperatura, o mês classificou-se como normal.

Estas condições de estado do tempo permitiram a realização sem incidentes dos trabalhos de colheita das culturas de Primavera/Verão. No entanto, a execução das operações culturais de preparação do solo para a sementeira das culturas de outono-inverno, nomeadamente das forrageiras, tem sido bastante afectada pelo baixo teor de humidade do solo. A maioria dos produtores aguarda a ocorrência de precipitação para iniciar os trabalhos, registando-se uma fraca germinação nas searas que entretanto já foram semeadas. Por outro lado, os baixos níveis de armazenamento da generalidade dos aproveitamentos hidroagrícolas tem antecipado o encerramento da actual campanha de rega, havendo a indicação de que alguns desses empreendimentos (em especial do Alentejo), a manterem-se as actuais condições, não disponibilizarão água para a rega.

Agricultura e Mar Actual

 
       
   
 

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