Uma equipa de investigadores do ITQB Nova e do INIAV – Instituto Nacional de Investigação Agrária e Veterinária desvendou o mecanismo molecular da resistência do castanheiro asiático à doença da tinta, provocada pelo fungo Phytophthora cinnamomi. O trabalho foi publicado na revista Frontiers in Plant Science.
Aqueles investigadores garantem que este conhecimento vai permitir a sustentabilidade da produção de castanha em Portugal.
A doença da tinta é responsável pela morte de milhares de castanheiros na Europa. É provocada por um microorganismo que vive no solo e que ataca as raízes da árvore, impedindo a absorção de nutrientes e água levando à degradação e morte. O castanheiro asiático é mais resistente que as outras variedades a estes ataques, e os investigadores descobriram agora o motivo.
Este estudo mostrou que a primeira linha de defesa é determinante para a resistência à doença. Quando atacado pelo microrganismo, o castanheiro asiático produz proteínas que conseguem proteger as raízes e espessar a parede das células, inibindo e reduzindo a sua virulência.
Seleccionar híbridos
Segundo Pedro Fevereiro, investigador do ITQB Nova, os resultados agora publicados vão permitir o desenvolvimento de marcadores moleculares para apoiar o programa de melhoramento do castanheiro. “Este conhecimento permitirá seleccionar híbridos e variedades de castanheiro que sejam resistentes à doença, para garantir a sustentabilidade da produção de castanha em Portugal”, diz.
Este trabalho inclui-se no programa de melhoramento do castanheiro europeu, que venceu recentemente o Prémio Floresta e Sustentabilidade na categoria de Projetos de I&D. A investigação foi desenvolvida por Carmen Santos, Sofia Duarte, Sara Tedesco, Pedro Fevereiro e Rita Costa.
O ITQB Nova – Instituto de Tecnologia Química e Biológica António Xavier, Oeiras, é um instituto de investigação e formação avançada da Universidade Nova de Lisboa. Tem como missão fazer investigação científica e promover formação avançada em Ciências da Vida, Química e Tecnologias associadas, para benefício da saúde humana e do ambiente.
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