O programa Compete 2020 alavancou 113 milhões de euros de investimento no sector agro-alimentar, o segundo maior empregador em Portugal.
Segundo fonte da entidade gestora do Programa, o sector agro-alimentar representa “uma das fileiras estratégicas para a dinamização da economia nacional. Nos últimos anos tem-se assistido a uma alteração no perfil das empresas agro-alimentares: a preocupação com a qualidade da matéria-prima, a diferenciação do produto, a aposta no design e na marca e a internacionalização, constituem, os principais elementos de diferenciação face ao perfil tradicional”.
A mesma fonte adianta que é neste contexto que os instrumentos do Compete 2020 “fazem a diferença apoiando actividades de I&DT, de inovação produtiva, de qualificação e internacionalização. Alimentos funcionais, novas embalagens, promoção de marcas, uma vasta opção de investimentos fundamentais num sector complexo que inclui o conjunto de actividades relacionadas com a transformação de matérias-primas em bens alimentares ou bebidas e a sua disponibilização ao consumidor final, abrangendo actividades tão distintas como a agricultura, a silvicultura, a indústria de alimentos e bebidas e a distribuição”.
Segundo a entidade gestora do Compete, “é um sector altamente competitivo, onde o efeito escala é importante, o que se comprova pela existência de algumas e conhecidas grandes multi-nacionais na área, apesar de as empresas de menor dimensão serem predominantes”.
Agro-alimentar representa 20% da indústria transformadora
O sector agro-alimentar em Portugal representa 20% da indústria transformadora; é constituído por 10.500 empresas, maioritariamente de pequena e média dimensão, emprega 104.000 trabalhadores e representa um volume de negócios de 14.600 milhões de euros (FIPA, 2015, INE, 2015).
Segundo o Gabinete de Planeamento, Política e Administração Geral (GPP) do Ministério da Agricultura, o complexo agro-alimentar representava em 2012, 4,1% do PIB, 12% do emprego, 8,4% das exportações e 14,4% das importações (GPP, 2013). Trata-se de um sector que “contribui, decisivamente, para a internacionalização da economia portuguesa: de acordo com (GPP, 2013), o crescimento médio das exportações do complexo agro-alimentar foi de 7,9%, claramente superior à taxa de crescimento médio anual das exportações de bens que se cifrou em 3,4%”, acrescenta a mesma fonte.
No que respeita à estrutura o sector agro-alimentar nacional caracteriza-se por uma “acentuada atomicidade e grande dispersão quer geográfica” quer por sector de actividade, em que predominam as muito pequenas e pequenas empresas o que “dificulta a obtenção de economias de aglomeração e de capacidade negocial nos mercados”, explica a mesma fonte da entidade gestora do Compete 2020.
Os exemplos
No entanto, aqueles responsáveis salienta que algumas associações resultantes de estratégias de eficiência colectiva ou de movimentos associativos – como a Portugal Foods, a Portugal Fresh, entre outras – “têm contribuído para a implementação de linhas estratégicas para os sub-sectores que representam”.
É por isso que a última newsletter do Compete 2020 é dedicada a exemplos de empresas que apostam na inovação de produto e de processo, numa orientação clara para uma estratégia de competitividade assente na qualidade, diferenciação e tendências de consumo. E dá como exemplo, o consórcio de que faz parte a Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro (UTAD), liderado pela empresa SPAROS, em conjunto com outras instituições, no projecto “ALISSA – Bases para uma alimentação saudável e sustentável para peixes de aquacultura”, que pretende contribuir com novos conhecimentos e ferramentas práticas para uma alimentação mais saudável e sustentável para peixes de aquacultura.
Mas fala também do projecto “Portuguese Coffee Hub”, que quer valorizar o café expresso português. Para isso conceberam uma marca aglutinadora dos cafés transformados em Portugal (Portuguese Coffee) que, através de uma plataforma web, Portuguese Coffee Hub, comunicará, universalmente, a essência do café português, nos mercados internacionais.
E dá ainda como exemplo a Frulact que está a desenvolver tecnologia para incorporar pepitas de chocolate em preparados para iogurte.
Agricultura e Mar Actual