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80% do lixo marinho é de origem terrestre e não provocado pela pesca

Muito se fala de poluição, nomeadamente da marinha. Disso mesmo tratou hoje, 27 de Março, a entrega de prémios do concurso de boas práticas de gestão de resíduos a bordo dos atuneiros açorianos, no âmbito do projecto Lixo Zero nos Mares dos Açores 2016-2017.

À margem do evento, em Ponta Delgada, o director Regional das Pescas alertou que “não são apenas as actividades extractivas do mar, como a pesca, que importunam os ecossistemas marinhos”, lamentando que os homens façam dos oceanos “um caixote de lixo”. Luís Rodrigues frisou que “80% do lixo marinho é de origem terrestre”, mas acrescentou que “também a pesca e a actividade marítima, como o transporte de mercadorias e de passageiros, produzem lixo”.

Luís Rodrigues salientou que o interesse do projecto Lixo Zero nos Mares dos Açores reside na “monitorização dos procedimentos para a gestão do lixo produzido a bordo dos atuneiros”, com a sensibilização dos pescadores e armadores, destacando também a importância da “monitorização do lixo flutuante” pelos observadores do Programa de Observação para as Pescas nos Açores (POPA).

Este projecto é “essencial” para a obtenção de informação sobre o lixo flutuante oceânico, nomeadamente no que se refere à distribuição e tipologia do macrolixo que flutua no oceano à volta do arquipélago, acrescentou o director Regional.

12 atuneiros participantes

 

O concurso, em que participaram 12 atuneiros, distinguiu as embarcações mais bem classificadas com um selo ecológico (eco-label), que têm direito a ostentar e publicitar durante um ano. Para além do galardão, as embarcações ganharam também prémios não monetários.

Este ano, três embarcações obtiveram a primeira classificação, nomeadamente a ‘Rei dos Açores’, a ‘Lontra Marinha’ e a ‘Milão’.

O projecto ‘Lixo Zero no Mar dos Açores’ insere-se no Plano de Acção para o Lixo Marinho dos Açores e é promovido pela Direcção Regional das Pescas, pela Associação de Produtores de Atum e Similares dos Açores (APASA), pelo Instituto do Mar e Departamento de Oceanografia e Pescas (UAç), pela Direcção Regional dos Assuntos do Mar e pelo Observatório do Mar dos Açores.

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