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73% dos europeus apoia proibição da pesca de arrasto de fundo nas áreas marinhas protegidas

A maioria dos cidadãos da União Europeia (UE) — 9 em cada 10 ou 86% — quer que os líderes políticos dêem prioridade à protecção dos oceanos. E 73% apoia proibição da pesca de arrasto de fundo nas áreas marinhas protegidas. Os ambientalistas consideram que “após as eleições europeias, esta é uma mensagem clara à Comissão Europeia e aos novos deputados ao Parlamento Europeu para que coloquem as questões dos oceanos no centro dos seus mandatos”.

Cerca de 9 em cada 10 cidadãos (86%) inquiridos em sete países da União Europeia esperam que os seus líderes políticos dêem prioridade à protecção da biodiversidade marinha, de acordo com os resultados das sondagens nacionais realizadas pela empresa Sapience e publicadas hoje. O estudo identifica que, para proteger o oceano, os cidadãos consideram essencial ou importante a salvaguarda das espécies marinhas ameaçadas, dos habitats marinhos e o fim da sobrepesca — 97%, 96% e 93%, respectivamente, refere uma nota de imprensa enviada pela Sciaena – Associação de Ciências Marinhas e Cooperação.

Áreas marinhas protegidas

As sondagens revelam ainda que 9 em cada 10 cidadãos (90%) acreditam que, para proteger a biodiversidade marinha, as áreas marinhas protegidas (AMP) são um instrumento necessário. Nos sete países inquiridos, 82% dos cidadãos acreditam numa regulamentação mais rigorosa da pesca de arrasto de fundo (variando entre 75% de apoio nos Países Baixos e 93% em Portugal) e 73% dos cidadãos apoiariam a proibição desta prática de pesca destrutiva nas AMP da UE.

Uma sondagem recente do Eurobarómetro confirmou que os cidadãos europeus atribuem grande importância às questões ambientais e acreditam amplamente que é necessária legislação para proteger o ambiente, frisa a mesma nota.

Nicolas Fournier, diretor da campanha da Oceana na Europa, afirma que “apesar das alegações contra o Pacto Ecológico Europeu e a protecção do ambiente feitas pelas forças conservadoras e de extrema-direita durante a campanha eleitoral, os factos não mentem: os cidadãos da UE querem mais protecção marinha. As restrições à pesca destrutiva em áreas protegidas são uma forma de o conseguir. Apelamos aos novos líderes políticos da UE para que protejam os mares da Europa e respondam às crises climáticas e de biodiversidade que os ameaçam, salvaguardando também o futuro das comunidades dependentes dos oceanos, incluindo os pescadores”.

Por sua vez, Tatiana Nuño, responsável sénior de política marinha da Seas at Risk, diz que “os recentes anúncios dos governos grego e sueco de que irão proibir a pesca de arrasto de fundo em áreas marinhas protegidas, juntamente com o esmagador apoio público a uma protecção marinha mais rigorosa revelado por estas sondagens europeias, devem desencadear uma tendência positiva de acções concretas durante o próximo ciclo político da UE. A prática destrutiva da pesca de arrasto de fundo deve ser banida de todas as áreas protegidas europeias para preservar um oceano saudável que, por sua vez, pode apoiar empregos sustentáveis e uma economia azul resiliente”.

Para Gonçalo Carvalho, coordenador executivo da Sciaena, “estes resultados são particularmente relevantes para Portugal, já que os inquiridos do nosso país foram os que mais expressivamente se manifestaram a favor de medidas de conservação marinha, também por acreditarem que estas podem ser importantes para actividades como a pesca e as comunidades costeiras”.

As sondagens da UE foram realizadas em Abril de 2024 pela agência de sondagens independente Sapience, que inquiriu 1000 pessoas na Dinamarca, Alemanha, Irlanda, Portugal, Espanha, Suécia e Países Baixos, representativas das populações nacionais.

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