A CNA – Confederação Nacional da Agricultura, a assinalar os 44 anos de vida e de “luta em defesa da Agricultura Familiar”, agendou uma acção de protesto para dia 24 de Março, durante a abertura da 54ª Agro – Feira Internacional de Agricultura, Pecuária e Alimentação, que se realiza entre os dias 24 e 27 de Março de 2022, no Altice Forum Braga.
“A situação grave do sector exige medidas urgentes. Por outras e melhores políticas agro-rurais”, refere a CNA em comunicado. “Vamos reclamar ao Governo o escoamento a preços justos para a produção agrícola e florestal nacional, o combate à especulação com o preço dos factores de produção e a defesa dos rendimentos dos agricultores”.
Acrescenta a direcção da Confederação que vai “reclamar a proibição das vendas com prejuízo e a regulação e fiscalização da actividade comercial da grande distribuição, a concretização do Estatuto da Agricultura Familiar e uma Política Agrícola Comum mais justa e solidária”, em “defesa de uma vida digna para quem trabalha a terra para produzir alimentos, em defesa da produção nacional e da soberania alimentar do País”.
“Carta da Lavoura Portuguesa”
No mesmo comunicado, a Confederação Nacional da Agricultura relembra a “Carta da Lavoura Portuguesa”, aprovada no Encontro fundador da CNA, a qual continha avaliações, propostas e reclamações “concretas capazes de defender e promover os direitos e interesses dos pequenos e médios agricultores, da Agricultura Familiar e do Mundo Rural”.
Ao completar 44 anos de vida e de luta em defesa da Agricultura Familiar e do Mundo Rural, a CNA reafirma que “melhor estaria hoje a agricultura se os sucessivos Governos tivessem ouvido a nossa voz, dando cumprimento ao caderno de reclamações que na altura apresentámos e que ao longo destes anos – sempre com os agricultores – continuamos a discutir, a actualizar e a reclamar”.
Mas, refere que, “para mal de Portugal, há mesmo áreas em que a situação se agravou e a CNA denuncia hoje, mais uma vez, as dificuldades por que estão a passar os agricultores, enfrentando velhos e novos problemas que teimosa ou deliberadamente os sucessivos Governos não quiseram resolver, ao optarem por concentrar os apoios nas grandes empresas”.
“Os agricultores vendem os seus produtos a preços baixíssimos, enquanto a grande distribuição fica com a fatia de leão do que os consumidores pagam pela sua comida; os preços dos combustíveis, da electricidade, das rações, dos fertilizantes não param de aumentar e as despesas dos agricultores familiares para produzirem são incomportáveis; as explorações agrícolas de menor dimensão são eliminadas a um ritmo alarmante; a terra concentra-se nas mãos de grandes empresas e de grandes proprietários”, garante a CNA.
E realça que “enquanto o Governo privilegia com apoios uma agricultura para exportar, a dependência do exterior em bens agro-alimentares é escandalosa”.
Agricultura e Mar