A “Inovação, eco-eficiência e segurança em PME´s do sector dos lacticínios” vai ser debatida na 36.ª Ovibeja, no primeiro dia do certame, a 24 de Abril. O encontro é da responsabilidade do Projecto Lacties.
36.ª Ovibeja, exposição agrícola, pecuária, institucional, comercial e alimentar, que se realiza de 24 a 28 de Abril de 2019, no Parque de Feiras e Exposições de Beja Manuel de Castro e Brito, é uma organização da ACOS – Associação de Agricultores do Sul.
Competitividade das PME
O Projecto Lacties é um Grupo Operacional, apoiado com fundos comunitários, que tem como principal objectivo o aumento da competitividade das pequenas e médias empresas (PME) do sector dos lacticínios.
Pretende este Grupo desenvolver actividades que incorporem inovação tecnológica nas empresas, ao nível dos seus processos e produtos, de eco-eficiência e de valorização dos recursos endógenos.
Iogurte de leite de ovelha
Ao nível da inovação em produtos lácteos como seja o caso do iogurte de leite de ovelha, embora seja um produto comum em alguns países e com aceitação a nível nacional, a sua expressão na actividade produtiva nacional é praticamente nula.
Dizem os responsáveis pelo Projecto Lacties que tal facto “deve-se a particularidades no processo produtivo que, não estando internalizadas nas PME portuguesas, afectam negativamente as possibilidades de fazer parte do seu portefólio de produtos”.
Por outro lado, acrescentam os mesmos responsáveis, o “potencial de utilização do soro como base para a produção de iogurtes ou bebidas fermentadas (que podem incluir probióticos ou grãos de kefir), assim como soluções que visam a utilização do soro através da produção de concentrados líquidos de proteínas de soro (CLPS), têm sido objecto de investigação por parte da equipa do projecto”.
Concentrados líquidos de proteínas de soro
De notar que a produção de CLPS por processos de filtração tangencial (Ultrafiltração) poderá também ser adoptada por empresas que laboram com leite de vaca (5.000-100.000L/dia).
As aplicações dos CLPS poderão passar pela sua utilização no fabrico de queijos, na produção de iogurtes ou bebidas lácteas fermentadas ou mesmo na produção de requeijão com base em soro de queijos de vaca.
De acordo com os produtores, o elevado consumo energético na produção de requeijão associado ao curto período de vida útil do produto são os factores negativos que afectam o circuito de produção e comercialização.
A atractividade do fabrico de requeijão é também condicionada pelo baixo rendimento de produção, que se situa em cerca de 6% a 7%.
Melhorar a rentabilidade do fabrico de requeijão
Segundo o Projecto Lacties, a rentabilidade desta actividade, que representa a utilização mais tradicional do soro, “pode ser potenciada por soluções que passem pela redução global dos consumos energéticos a ela associados”.
A utilização de concentrados líquidos de proteínas de soro como matéria-prima para o fabrico de requeijão poderá ser explorada com vista à redução de consumos energéticos e permitirá que as empresas que produzem queijos de vaca possam equacionar a introdução no mercado desse produto, facto que actualmente não acontece devido ao baixíssimo rendimento da produção de requeijão a partir de soro de leite de vaca.
“Os produtores, cada vez mais procuram produtos alternativos com base em soro de origem ovina/caprina com o objectivo de tornar a produção de pequenos ruminantes mais sustentável. Assim, o GO procurará apoiar as empresas no desenvolvimento de novos produtos, quer ao nível de ensaios laboratoriais, quer ao nível de testes em oficina piloto e scale-up industrial”, garantem os responsáveis pelo Projecto Lacties.
“Inovação, eco-eficiência e segurança em PME´s do sector dos lacticínios” – Programa
10:30 – Sessão de Abertura
– António Nunes Ribeiro, Director da ESA (Escola Superior Agrária de Beja)
10:45 – O Projecto Lacties
– Lacties: Inovação, eco-eficiência e segurança em PME´s do sector dos lacticínios – apresentação do projecto – Carlos Dias Pereira (IP Coimbra)
11:00 – Valorização de sorelho através do uso de ultra-filtração com vista à produção de bebidas lácteas simbióticas- Carlos Dias Pereira (IP Coimbra)
11:15 – Acrescentar valor e inovação em PME’s do sector dos laticínios: Desenvolvimento de novos produtos: manteiga e leitelho com probióticos – Laura Ferreira (IP Coimbra); Carlos Dias Pereira (IP Coimbra)
11:30 – Caracterização físico-química de soro de cabra, sorelho de ovelha, concentrados e permeados da ultra-filtração e nanofiltração – Antónia Macedo (IP Beja), David Azedo (IP Beja), Carlos Dias Pereira (IP Coimbra)
11:45 h – Desenvolvimento de um requeijão de cabra probiótico – Ana Margarida Faustino (UCP-ESB), Carlos Dias Pereira (IP Coimbra), Manuela Pintado (UCP-ESB)
12:00 h – Ciência e Inovação em emulsões alimentares – sinergias com o Projecto Agrio et Emulsio – Maria Gabriela Lima (Projecto Agrio et Emulsio, IPSantarém).
12:15 h – Selecção de microrganismos autóctones do queijo Serpa para culturas de arranque – sinergias com o Projecto Serpaflora. O Isolamento, identificação e critérios de segurança – MªTeresa Santos – Projecto Serpaflora – IPBeja
Parâmetros tecnológicos de selecção – Helena Rodrigues, Manuela Pintado – Projecto Serpaflora – UCP-ESB
12: 30 h Debate e esclarecimentos
12: 45 h – Prova dos produtos obtidos
13:00 h – Sessão de Encerramento
Local: Auditório da Expobeja
Agricultura e Mar Actual