21 de Outubro de 2013. Itália informa os outros Estados-Membros e a Comissão Europeia da presença da Xylella fastidiosa no seu território. A bactéria foi encontrada em duas áreas distintas da província Lecce, na região de Apúlia. Posteriormente foram identificados outros dois focos diferentes na mesma província.
A identificação em Apuglia (Itália meridional) representa a primeira detecção confirmada na Europa.
27 de Julho de 2015. As autoridades francesas notificaram a detecção do primeiro foco da bactéria Xylella fastidiosa na Córsega, em plantas ornamentais da espécie Polygala myrtifolia que apresentavam sintomas de dessecamento parcial.
A presença desta bactéria foi já confirmada relativamente a várias espécies de vegetais, incluindo a oliveira, a amendoeira, o loendro e o carvalho.
Antes, a doença apenas era conhecida nos Estados Unidos, como “Doença de Pierce” na videira. Por muitos anos, a Xylella fastidiosa permaneceu confinada à América. Mas, em 1994, foi observada na Ásia, em Taiwan, causando queimaduras foliares na pêra asiática. Na década de 2000, foi relatado também o aparecimento da doença de Pierce nas vinhas de Taiwan.
Tendo em conta a natureza do organismo especificado, é provável que se propague ampla e rapidamente.
O Instituto Nacional de Investigação Agrária e Veterinária (INIAV), diz mesmo que o combate a esta doença “passa essencialmente por medidas de natureza preventiva”, mas que “meios de luta químicos e controlo por meio de antibióticos não são eficazes”.
“Neste momento, não é conhecido um método eficaz para o controlo da doença, pelo que a solução mais segura, se forem identificados focos, é abater e queimar as árvores doentes”, realça o instituto estatal.
O que é?
O género Xylella, criado por Wells et al. (1987) é composto por uma única espécie, a Xylella fastidiosa. A espécie inclui várias estirpes, e caracteriza-se por um crescimento lento em meios de cultura.
As colónias crescem em meios artificiais, a 26-28°C, a pH entre 6, 5-6, 9, podem ser lisas ou rugosas, opalescentes e circulares.
É uma bactéria vascular que vive no xilema das plantas, sendo transmitida por insectos.
De acordo com trabalhos de sorologia e tipagem genética, as suas estirpes foram divididas em cinco subespécies: Xylella fastidiosa subsp. piercei (que inclui estirpes de videira), Xylella fastidiosa subsp. sandyi (loendro), Xylella fastidiosa subsp. multiplex (vários hospedeiros) e Xylella fastidiosa subsp. pauca (que inclui ameixeira, cafeeiro e citrinos) e a Xylella fastidiosa subsp. tashke, que foi identificada na Chitalpa (Chitalpa tashkentensis) uma árvore ornamental.
Origem e distribuição geográfica
Os trabalhos com doenças causadas pela bactéria Xylella fastidiosa, incluída na Organização Europeia e Mediterrânica para a Protecção das Plantas (EPPO), Lista A1, tiveram o seu início nos Estados Unidos, devido à presença da doença conhecida como “Doença de Pierce” na videira.
Por muitos anos, Xylella fastidiosa permaneceu confinada à América. Em 1994, foi observada na Ásia, em Taiwan, causando queimaduras foliares na pêra asiática (P. pyrifolia).Na década de 2000, foi relatado também o aparecimento da doença de Pierce nas vinhas de Taiwan.
A identificação, em 2013, em Apuglia (Itália meridional) representa a primeira detecção confirmada na Europa.
As vias de introdução da na Ásia ou Europa são desconhecidas, segundo um dos boletins técnicos do INIAV, o laboratório de Estado do Ministério da Agricultura e do Mar (MAM), que desenvolve actividades de investigação nas áreas agronómica e veterinária.
Hospedeiros
A bactéria tem uma extensa lista de hospedeiros com 132 espécies confirmadas, de 46 famílias diferentes.
Para Portugal, o INIAV decidiu que as espécies a prospectar são aquelas que têm um maior impacto económico, e que têm alguma relação com Itália: videira (Vinis vinífera L.), oliveira (Olea europaea L.), amendoeira (Prunus amygdalus), laranjeira (Citrus sinensis (L.) Osbeck), loendro (Nerium oleander L.) e carvalhos (Quercus sp. L.).
No entanto, “não podemos esquecer a importância das pastagens na disseminação da doença, já que a X. fastidiosa é também o agente da luzerna anã (Medicago sativa L.) e da murchidão da congoça ou pervinca” diz Paula Sá Pereira, do INIAV.
As plantas infestantes tais como gramíneas, ciperáceas e árvores podem ser hospedeiros da Xylella fastidiosa, muitas vezes sem mostrar sintomas.
Sintomas
Em videira (doença de Pierce) os sintomas são a murchidão das folhas, com distribuição irregular e dieback, “ilhas” verdes de tecido saudável e separação da folha do pecíolo.
Em oliveira (Olive Quick Decline Syndrome), aparecem queimaduras foliares e um declínio rápido de oliveiras envelhecidas, com morte progressiva da zona apical para a raiz.
Os sintomas da doença Clorose Variegada dos Citrinos (CVC), passam pelo aparecimento de manchas cloróticas amareladas de bordos irregulares, semelhantes às que aparecem devido à deficiência de zinco.
A superfície inferior mostra-se ligeiramente levantada e acastanhada com manchas necróticas em folhas adultas em ramos isolados, começando pela parte mediana da copa e expandindo-se por toda a planta.
No início, pode-se observar poucos ramos com frutos pequenos. Em estado avançado da doença, toda a planta produz frutos ananicados.
Os sintomas da doença Oleander Leaf Scorch, OLS em loendros, são o amarelecimento das folhas, que é seguido pela característica queimadura e necrose da zona apical das folhas.
Em amendoeiras a doença provocada por Xylella fastidiosa é chamada de Almond Leaf Scorch disease (ALS). A doença provoca padrões irregulares de necrose da folha causando queimaduras foliares que conduzem a uma clara diminuição da produtividade, uma mortalidade progressiva a partir dos ramos apicais e, finalmente, morte de árvores afectadas com ALS.
A sintomatologia da doença em Quercus sp. (Bacterial leaf scorch disease – BLS.), é a queimadura foliar, irregular nos carvalhos, bem evidente no final do Verão e Outono, com descoloração apical pronunciada com um halo vermelho ou amarelo entre tecidos queimados e verdes, e as nervuras sobressaem em amarelo nas zonas aparentemente sãs.
No pessegueiro a doença é denominada por Phony Peach Disease (PPD) e apresenta sintomas morfológicos externos característicos, como ramos com entrenós mais curtos, comprimento dos pecíolos e da área foliar também menores e, num estágio mais avançado da infecção, ocorre senescência das folhas mais maduras, ficando o ramo desprovido de folhas ou com pequeno número de folhas reduzidas no seu ápice.
Meios de protecção
Não existindo meios de luta directa contra a Xylella fastidiosa, o combate a esta doença passa essencialmente por medidas de natureza preventiva, actuando sobre o vector e o material de multiplicação: medidas fitossanitárias são aplicadas para impedir a introdução e a propagação da doença que incluem o uso de cultivares resistentes, certificação de material de multiplicação e a remoção e destruição de material infectado; gestão de insectos vectores e hospedeiros espontâneos, nas zonas envolventes dos pomares, olivais etc.
Mas, “meios de luta químicos e controlo por meio de antibióticos não são eficazes”, diz o INIAC, que aconselha também a utilização de enxertos isentos de Xylella fastidiosa em novas plantações; controlo de vectores em pomares jovens; eliminação de plantas doentes em pomares de até quatro anos de idade e superiores a essa idade, controle de infestantes, poda de ramos com sintomatologia, manutenção do pomar em boas condições nutricionais e estabelecimento de quebra-vento.
“Neste momento, não é conhecido um método eficaz para o controlo da doença, pelo que a solução mais segura, se forem identificados focos, é abater e queimar as árvores doentes”, realça o instituto estatal.
Agricultura e Mar Actual
E ainda ACTUAL AGRICULTURA E MAR ou AGRICULTURA E MAR ACTUAL e ainda AGRICULTURA E MAR. Nao consigo deixar de sentir redundancia no actual.
Um abraço
Jaime
Actual é a nossa imagem de marca.