A praga do olival, amendoeira, vinha, cerejeira e ameixeira, entre outras culturas, chegou a Portugal. Depois de ter sido detectada em lavanda, chegou agora ao alecrim, à artemisia e à planta-espelho, também em Vila Nova de Gaia. Mas, saliente-se, a doença não chegou ainda a Portugal, apenas o insecto vector.
A DGAV – Direcção-Geral de Alimentação e Veterinária está atenta e a actuar e já colocou três freguesias do concelho de Gondomar na área demarcada. E o Plano de Contingência Nacional para combater Xylella fastidiosa está accionado.
Relembre-se que, a 3 de Janeiro de 2019 foi confirmada a presença da bactéria Xylella fastidiosa numa sebe ornamental de Lavandula dentata (lavanda) presente no jardim do Zoo de Santo Inácio, em Vila Nova de Gaia.
Plantas infectadas destruídas
A Direcção Regional de Agricultura e Pescas do Norte (DRAP Norte) logo determinou a destruição de todas as plantas de Lavandula dentata presentes na zona infectada.
Entretanto, o ministro da Agricultura, Luís Capoulas Santos, já fez saber que os Ministérios da Agricultura de Portugal e Espanha estão juntos no combate à Xylella fastidiosa.
Bactéria Xylella fastidiosa não constitui risco para pessoas e animais
A DGAV informa ainda que a bactéria Xylella fastidiosa, à semelhança de outros agentes patogénicos que afectam as plantas, não constitui nenhum risco para pessoas e animais.
Explica o Ofício Circular n.º 7/2019, da DGAV, que, na sequência da primeira detecção, a 3 de Janeiro, da presença da bactéria Xylella fastidiosa subsp. multiplex numa sebe ornamental de Lavandula dentata, em Vila Nova de Gaia, e da “subsequente prospecção intensiva, a decorrer na área circundante, para determinação da extensão do foco, foram detectados contaminados, no mesmo local, outros três canteiros de Lavandula dentata, bem como, dois canteiros de Lavandula angustifólia, todos eles constituídos a partir de plantas de duas sebes originais plantadas lado a lado”.
Infectadas mais três espécies ornamentais
Adianta aquele Ofício que, ainda, a cerca de 1 km do foco inicial, em resultado dos trabalhos de prospecção, foram detectadas plantas infectadas de três espécies de ornamentais — Rosmarinus officinalis, Artemisia arborescens e Coprosma repens — localizadas num viveiro não comercial.
“Prosseguem os trabalhos de prospecção na área, incluindo em todos os espaços públicos do Concelho de Vila Nova de Gaia”, garante a DGAV.
“Face a estas detecções foi redefinida a “Área Demarcada” que compreende as duas “Zonas Infectadas”, incluindo todas as plantas hospedeiras da subespécie da bactéria que se encontram num raio de 100m em redor das plantas contaminadas, e uma “Zona Tampão” circundante de 5 km de raio”, explica o mesmo Ofício.
Medidas fitossanitárias
Face a este avanço do insecto vector da Xylella fastidiosa, a DGAV realça as seguintes medidas de protecção fitossanitária em vigor:
- Destruição no local dos vegetais hospedeiros da subespécie da bactéria presentes na “Zona Infectada” incluindo a área abrangida pelo raio de 100 m circundantes;
- Proibição do movimento para fora da “Área Demarcada” e da ““Zona Infectada” para a “Zona Tampão” de qualquer vegetal pertencente aos géneros e espécies constantes da “Lista de Géneros e Espécies sujeitos a Restrições Fitossanitárias” disponível na página electrónica da DGAV;
- Prospecção oficial intensiva dos vegetais constantes dessa lista na “Área Demarcada” com inspecção visual, colheita de amostras e análise laboratorial.
- Proibição de plantação dos vegetais hospedeiros da bactéria na “Zona Infectada”, excepto sob condições de protecção física contra a introdução da bactéria pelos insectos vectores, oficialmente aprovadas.
Mais uma vez, a DGAV insta a todos, particulares ou profissionais, a colaborarem com os esforços oficiais para a erradicação dos focos detectados, designadamente através do cumprimento das restrições ao movimento de plantas susceptíveis à doença a partir da zona demarcada e da pronta informação aos serviços oficias em caso de detecção de sintomatologia suspeita em plantas.
Pode ler o Ofício completo e ver o mapa das zonas afectadas aqui.
Saiba mais sobre a Xylella aqui.
Agricultura e Mar Actual