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Vasco Cordeiro: crise do leite tem de ser ultrapassada por toda a fileira

O presidente do Governo dos Açores afirmou que a reunião de trabalho realizada hoje, 31 de Março, em Ponta Delgada, com representantes da produção de leite, da indústria de lacticínios e da comercialização foi muito útil por permitir reafirmar o compromisso de que o actual momento do sector tem de ser ultrapassado em conjunto por toda a fileira.

“Esta reunião vem no seguimento de outros encontros que o Governo dos Açores tem feito com representantes de toda a fileira. Foi considerada muito útil, sobretudo porque, em primeiro lugar, permitiu reafirmar o compromisso de todos que estes tempos mais exigentes sejam ultrapassados de forma conjunta”, frisou Vasco Cordeiro.

Em declarações aos jornalistas, o presidente do Governo açoriano adiantou que este encontro de trabalho revelou-se importante, também, ao nível da definição de aspectos que são essenciais para que toda a fileira, em articulação com as entidades públicas, concretize e implemente medidas que permitam “ultrapassar esta situação de turbulência que se vive no sector leiteiro com o menor dano possível para todos os envolvidos”.

De acordo com Vasco Cordeiro, os diversos representantes do sector recusaram o comportamento que a União Europeia tem assumido nesta matéria e que se caracteriza por ter o poder de decisão em Bruxelas, remetendo as responsabilidades pelos efeitos dessas decisões para os países e para as regiões.

“Isso não pode acontecer, porque fazer depender de cada país e de cada região a resposta às decisões que Bruxelas toma, quer dizer fazer depender da capacidade financeira de cada país e de cada região a intensidade dessa resposta. Ou seja, privilegiar a agricultura dos países que têm maior capacidade financeira e prejudicar a agricultura dos países que têm menor capacidade financeira”, alertou.

Dificuldade de escoamento

Vasco Cordeiro, que falava no final da reunião, salientou, por outro lado, que a identificação clara da situação indica que, neste momento, não se verifica um aumento desmesurado da produção, mas sim uma dificuldade de escoamento de produtos lácteos.

“Se é certo que não podemos incentivar a produção, isso quer dizer que temos de centrar muitas das respostas ao nível da capacidade de escoamento”, disse acrescentando que isso vai implicar alterações ao nível dos critérios de pagamento de um conjunto de apoios comunitários, nomeadamente o Prémio à Vaca Leiteira e aos Produtos Lácteos, porque a lógica de atribuição destes apoios deve coadunar-se com a actual conjuntura.

Houve um conjunto de medidas ao nível do escoamento que foram ponderadas nesta reunião, como é o caso de campanhas de marketing e de apoio à exportação de produtos, sobretudo em mercados mais voláteis.

“Há agora um trabalho que será feito. Ficou agendada uma próxima reunião para meados de maio para podermos fazer um balanço e aperfeiçoar este trabalho”, anunciou Vasco Cordeiro, ao assegurar que estas medidas já estão a ser desencadeadas do ponto de vista da sua execução.

Face à actual conjuntura, o Governo dos Açores aprovou, no final de 2015, um pacote de medidas de apoio ao sector leiteiro, que ascenderam a cerca de cinco milhões de euros, montante que é superior ao total de ajudas que a União Europeia atribuiu a todo o País.

A estas medidas juntam-se outras que o Executivo já tem em funcionamento, como é o caso da linha de crédito AgroCrédito, de 30 milhões de euros, mas também o processamento de mais de 18 mil candidaturas a medidas do POSEI e do PRORURAL+, que permitiram, em Outubro de 2015, antecipar o pagamento de cerca de 54 milhões de euros de ajudas e prémios aos agricultores.

Além destas e de várias outras medidas, já neste mês de Março, o Conselho do Governo aprovou um Programa de Reestruturação do Sector Leiteiro que prevê uma compensação financeira aos produtores de leite da Região que se comprometam a abandonar definitiva e integralmente a produção.

Agricultura e Mar Actual

 
       
   
 

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Um comentário

  1. Porque só se viram para o leite de vaca? Há muita gente como por ex: eu, que nos faz mal o leite de vaca, po outro lado o leite de cabra não me faz mal. Só há uma empresa que é estrangeira a vender esse leite e a empresa aproveita-se disso ao vender a quase 2 euros o litro. Porque não começam a produzir esse leite visto que todos tinha-mos a ganhar ?

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