O Valorfito, designação pelo qual é conhecido o Sistema Integrado de Gestão de Embalagens e Resíduos em Agricultura, acaba de anunciar os resultados finais de recolha de embalagens vazias de produtos fitofarmacêuticos, sementes e biocidas no ano 2020, atingindo valores ímpares no mercado.
Num ano especialmente difícil, o Valorfito registou um crescimento de 28% face às recolhas de 2019, com um total de cerca de 500 toneladas de embalagens recolhidas. Um valor histórico, que tem como consequência o crescimento da taxa de retoma global para quase 44%, 5 pontos percentuais acima de 2019.
Depois de em Janeiro terem sido apresentados os resultados preliminares, agora, o Valorfito “orgulha-se de apresentar o balanço final deste ano, com resultados que superam em larga escala as expectativas do mercado”.
O sector das sementes dá em 2020 sinais notáveis de estabilização nas quantidades declaradas, com uma taxa de retoma a duplicar a de 2019; o fluxo dos biocidas melhorou, com um crescimento modesto na taxa de retoma, que relembra a importância de reforçar a mensagem; já os produtos fitofarmacêuticos cresceram vigorosamente, com mais 17,2% de embalagens declaradas ao sistema.
Um valor face ao qual o sistema Valorfito “respondeu à altura, com um acréscimo de 26,2% destas embalagens recolhidas, catapultando a taxa de retoma para perto dos 50%, valores absolutamente históricos”.
“Clara resiliência de todo o sector agrícola”
Num ano em que falar de dificuldades e desafios é já um lugar-comum, António Lopes Dias, director-geral da Valorfito, reforça que “estes resultados vêm confirmar os dados preliminares revelados em Janeiro, que demonstram a clara resiliência de todo o sector agrícola e a sensibilidade e preocupação dos pontos de retoma e dos agricultores, para as questões ambientais mesmo num ano em que a principal preocupação era garantir a ausência de quebras nas cadeias de abastecimento alimentar. Alcançámos resultados notáveis, que dão força ao objectivo ambicioso de chegar ao final de 2021 com uma taxa de retoma média na ordem dos 60%”.
Porque em todos os sectores há desafios que persistem, o segmento dos biocidas, por ser um fluxo com uma componente urbana dominante, representa ainda uma preocupação, uma vez que “uma grande parte destes resíduos acabam por ir parar a outros operadores de gestão, e escapar à nossa contagem”, refere o director-geral.
“Há uma adaptação necessária e cada vez mais urgente dos operadores económicos e utilizadores finais ao sistema Valorfito, sob a qual reforçaremos a nossa actuação, contribuindo para a melhoria dos resultados neste segmento”, acrescenta aquele responsável.
Ainda assim “em 2020 o balanço é notável, com um reforço ímpar da nossa capacidade de recolha, chegando ao fim do ano com praticamente todos os pedidos de levantamento satisfeitos, num trabalho conjunto da gerência e equipa Valorfito, mas, sobretudo, fruto do empenho de todos os intervenientes no sector, nomeadamente os agricultores e pontos de retoma”, conclui António Lopes Dias, felicitando e agradecendo a todos os envolvidos.
Fluxo | Quantidades recolhidas | Embalagens colocadas no mercado | Taxa de retoma | |||||
2019, t |
2020, t |
Var, % |
2019, t |
2020, t |
Var, % |
2019, % |
2020, % |
|
Produtos Fitofarmacêuticos |
358,195 |
452,930 |
26,4% |
798,145 |
935,493 |
17,2% |
44,9% |
48,4% |
Sementes |
15,981 |
25,446 |
59,2% |
122,759 |
120,477 |
-1,9% |
13,0% |
21,1% |
Biocidas |
0,237 |
0,470 |
98,3% |
30,931 |
34,585 |
11,8% |
0,8% |
1,4% |
Total |
374,413 |
478,846 |
27,9% |
951,835 |
1090,554 |
14,6% |
39,3% |
43,9% |
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