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Valor acrescentado bruto da agricultura cresce 6,5% em 2017

O valor acrescentado bruto (VAB) da agricultura cresceu 6,5%, em termos nominais, em 2017, após uma redução de 1,5% em 2016. Esta variação reflecte fundamentalmente o acréscimo de 4,4% na produção do ramo agrícola (-2,4% em 2016), em resultado de um acréscimo em volume (+3,8%) e da estabilização dos preços base (+0,6%).

Estes são alguns dos resultados a que chegou o Instituto Nacional de Estatística (INE) que agora apresenta na edição de 2017 das “Estatísticas Agrícolas”, “um retrato actual e o mais abrangente possível da agricultura nacional, reportando-se a informação ao último período de referência disponível”.

Produção vegetal e animal

A produção vegetal registou um aumento em valor de 3,9%, resultante do acréscimo em volume (+6,6%) e da redução dos preços base (-2,5%).

O aumento nominal da produção animal face a 2016 (+4,9%) deveu-se fundamentalmente a um incremento dos preços base (+5,3%), uma vez que em volume se registou um ligeiro decréscimo (-0,4%).

A conjugação de um aumento dos preços menos acentuado no consumo intermédio do que na produção do ramo agrícola, gerou condições mais favoráveis ao produtor agrícola do que as observadas em 2016.

Área de cereais de Outono/Inverno é a mais baixa de sempre

Refere o documento “Estatísticas Agrícolas — 2017” que o ano agrícola 2016/2017 caracterizou-se como seco (2017 foi o quarto ano mais seco desde 1931), com a precipitação média acumulada a rondar os 66% da normal (1971-2000), e muito quente, com a temperatura média a ultrapassar em 1,2° C a normal, sendo o 2º ano mais quente desde que existem registos.

A superfície de cereais de Outono/Inverno rondou os 121,1 mil hectares, a mais baixa desde que existem registos estatísticos sistematizados.

A colheita decorreu com normalidade, verificando-se o decréscimo generalizado da produção, que globalmente rondou as 193,6 mil toneladas, a terceira mais baixa de sempre.

Máximos na maçã, cereja, kiwi, laranja e amêndoa

Os pomares beneficiaram, de um modo geral, das condições climatéricas muito favoráveis, apresentando boas produções, com registo de novos máximos na maçã, cereja, kiwi, laranja e amêndoa.

A produção de azeite ultrapassou 1,47 milhões de hectolitros, correspondendo à campanha mais produtiva desde 1915 (ano a partir do qual existem registos).

Produção animal

Quanto à produção total de carne, situou-se nas 889 mil toneladas, reflectindo uma variação de -0,4%, face a 2016. Houve uma diminuição de 4,4% do total de carne de reses, enquanto a carne de animais de capoeira aumentou 5,3%, com 389 mil toneladas produzidas.

As 91 mil toneladas de carne bovina produzida reflectem um aumento de 0,5%, enquanto as carnes de suíno (378 mil toneladas), ovino (15,8 mil toneladas) e caprino (1,1 mil toneladas) apresentaram reduções de 5,5%, 7,5% e 0,7%, respectivamente.

Maior produção de ovos

A quantidade de ovos de galinha produzida ascendeu a 141 mil toneladas 1,4% superior comparativamente a 2016, sendo que 118 mil toneladas corresponderam a ovos para consumo (+1,6% face a 2016).

A produção total de leite apresentou em termos globais uma manutenção, com a quantidade dos leites de ovelha e cabra a decrescerem 1,7% e 2,8%, respectivamente, e o volume de leite de vaca (1 867 mil litros) a apresentar uma variação pouco expressiva, face a 2016 (+0,1%).

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