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UE: Empresas agrícolas portuguesas são das mais eficientes, mas têm pouco capital

Artigo de opinião de Sara Sousa, marketeer na Agroop

Na União Europeia, as explorações agrícolas portuguesas estão entre as mais eficientes no uso de recursos – mas têm menos capital, um tamanho abaixo da média e trabalhadores com remunerações baixas.

Os factos são revelados num estudo, publicado este mês pela Comissão Europeia, que revela as diferenças económicas entre as explorações agrícolas dos Estados-membro, assim como a evolução da indústria entre 2014 e 2015.

Um crescimento dos rendimentos na agricultura – especialmente nos segmentos de hortícolas, vinho e culturas permanentes – foi uma das principais descobertas.

Mas ainda existem grandes assimetrias. O valor das explorações agrícolas, por exemplo, foi em média 2,4 milhões de euros na Dinamarca e na Holanda, mas menos de 100 mil euros na Bulgária e na Roménia.

Portugal: indicadores contrastantes

Os resultados do estudo sugerem que as explorações agrícolas portuguesas fazem um uso eficiente dos seus recursos.

O Retorno Sobre Activos de uma exploração média da UE em 2015 era de 1,3% – em Portugal, o valor era de 11%. Este indicador “mede a eficácia dos activos que uma empresa tem na geração de rendimento,” explica a Comissão. O único país acima de Portugal foi a Hungria, que registou 11,3%.

“Tal deve-se principalmente ao custo de oportunidade relativamente baixo do trabalho dos países UE28 (…) e dos valores dos ativos fixos (como terrenos e quotas).”

Mas este foi o único indicador positivo para Portugal.

No período de análise, o valor médio dos activos das explorações era de 104 932€, ao passo que a média da UE era de 338 610€.

Em termos de património líquido, Portugal também não se destacou pela positiva. As explorações lusas tinham em média um valor de 101 605€, enquanto que a média europeia era de 284 075€.

No que diz respeito a salários, a média europeia era de 7,90€ por hora, mas em Portugal era de 4,50€. A Dinamarca foi o país que registou as maiores remunerações para os trabalhadores agrícolas: 23,40€ por hora. A Roménia, com 1,90€, ficou em último lugar.

As explorações agrícolas portuguesas têm ainda um tamanho abaixo da média da UE: 24,6 hectares contra 34 hectares. O maior tamanho médio de explorações foi registado na Eslováquia (529 ha) e na República Checa (204 ha). O mais pequeno foi observado no Chipre (11 ha), Grécia (10 ha) e Malta (3 ha).

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