A Comissão Europeia vai assinar, antes do final de 2017, uma comunicação sobre o futuro da Política Agrícola Comum (PAC) depois de 2020, anunciou o presidente da comissão, Jean-Claude Juncker. Na abertura da Conferência sobre Agricultura de 2016, na terça-feira, Juncker esclareceu que “Simplificação e modernização serão as palavras chave e o objectivo da comunicação sobre o futuro da PAC que a Comissão quer adoptar antes do final de 2017. O primeiro passo será uma consulta pública, a lançar no início do próximo ano, que vai permitir que todos vocês contribuam para o debate acerca da direcção que esta importante política estratégica deve seguir no futuro.”
Os cerca de 400 delegados presentes na conferência ouviram também o comissário para a Agricultura e Desenvolvimento Rural, Phil Hogan, defender que a PAC “deve garantir algumas regras básicas que assegurem uma maior resiliência do mercado, uma produção agrícola mais sustentável e uma maior renovação geracional.”
Os comissários Miguel Arias Cañete e Karmenu Vellaestiveram entre os oradores do primeiro dia de conferência, que tinha como tema “Alterações climáticas e disponibilidade de recursos: desafios para a agricultura da União Europeia”.
No segundo dia da conferência, o tema foi o relatório da perspectiva de mercado para os próximos 10 anos para os mercados de lacticínios, carne e cereais, entre 2016 e 2026, publicado para coincidir com a conferência.
Um relatório optimista
O relatório de mercado para 2016-2026 apresenta uma perspectiva de médio prazo para os maiores mercado de commodities agrícolas da UE e para os rendimentos da agricultura até 2026, baseando-se em pressupostos macroeconómicos. Num ambiente geral, descreve, de preços baixos para a energia e as commodities, os preços dos cereais produzidos pela União Europeia devem variar entre 160 euros por tonelada e os 170 euros por tonelada, em média.
A procura mundial em crescimento estável, e os preços das rações a níveis confortáveis devem favorecer o sector do gado, diz o relatório. Assim, apesar das actuais dificuldades com que se depara o mercado do leite, pode haver mesmo oportunidades de expansão para os laticínios da UE, inclusive em resposta ao aumento da procura dentro da União.
Após uma recuperação forte em 2014 e 2015, o consumo de carne per capita na UE deve diminuir ligeiramente, excepto no caso das aves, cuja fatia de mercado pode crescer marginalmente. O aumento da procura externa levará a um ligeiro aumento na produção de carne de porco, enquanto a produção de carne de bovino deve diminuir moderadamente.
Finalmente, as recentes tendências de estagnação do consumo e de crescimento do valor de colheitas especializadas estão para ficar.
Agricultura e Mar Actual