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Tradição da pesca do atum revisitada no Vila Galé Albacora

O Eco-hotel Vila Galé Albacora, em Tavira, Algarve, recebe o 3º Festival do Atum “Almadrava” neste fim-de-semana, de 15 a 17 de Abril.

Recordando a história do hotel, que resulta da reabilitação do antigo Arraial Ferreira Neto, o evento inclui, no sábado, uma visita guiada por um antigo morador, que contará estórias dos tempos em que a pesca do atum servia de sustento a centenas de famílias em Tavira.

No mesmo dia, outro ponto alto do programa será a demonstração da desmancha do atum – ou ‘arte de ronquear’, com lhe chamavam antigamente – em parceria com a Confraria do Atum de Vila Real de Santo António. De destacar também o workshop de gastronomia dedicado ao tema.

A inauguração da exposição de fotografia Mare Nostrum do grupo f/18.1, a apresentação do espólio fotográfico da Companhia de Pescarias do Algarve, visitas ao museu que conserva embarcações em miniatura, artefactos e outros objectos relacionados com a faina, e a exibição do filme “Almadrava” também fazem parte desta iniciativa. A entrada é gratuita.

“Com o Festival do Atum Almadrava, que já está na sua terceira edição, queremos manter viva toda a componente histórica e cultural do Arraial Ferreira Neto, relacionada com a tradição da pesca do atum, que é também um produto incontornável na gastronomia tavirense”, refere o director do Eco-hotel Vila Galé Albacora, João Meireles.

Haverá ainda uma feira de artesanato com a participação das associações locais e prova de vinhos e azeites. E ainda momentos gastronómicos durante todo o fim-de-semana, dedicados à temática do mar. Além dos pratos típicos da região, o atum será a estrela (almoço buffet: 19€/pessoa e jantar buffet: 25€/pessoa, ambos com bebidas incluídas).

Um pouco de história…

Em pleno Parque Natural da Ria Formosa, o Eco-hotel Vila Galé Albacora ocupa o antigo Arraial Ferreira Neto, um testemunho arquitectónico da organização social e da forma de vida dos pescadores e das suas famílias, quando a Almadrava – a armação para capturar o atum – ainda era utilizada.

Era nesta aldeia de linhas rústicas, inaugurada na década de 40, que as ‘gentes do mar’ habitavam entre Março e Setembro, durante a faina da pesca do atum.

Nesses tempos, o arraial chegou a albergar mais de 400 pessoas. Além das suas humildes casas, tinham ali as suas oficinas de restauro, armazéns, depósito de víveres e zonas de lazer. No complexo, classificado como imóvel de interesse público, não faltavam escola primária e capela – ainda existentes -, posto médico, barbearia ou padaria.

O Arraial Ferreira Neto funcionou até ao início da década de 70. A última grande campanha de pesca do atum foi testemunhada pelo realizador Hélder Mendes e eternizada no documentário “Almadrava”.

Só no ano 2000, o espaço voltou a ter vida, quando a sua estrutura foi adaptada a hotel, mantendo a ligação à sua história. Os armazéns deram lugar a quartos, a escola passou a ser um clube para crianças, a capela foi restaurada e preparada para receber eventos e a padaria foi transformada num núcleo museológico gratuito e aberto ao público.

É aqui que se pode observar uma maquete ilustrando a grande obra de engenharia que era a almadrava, bem como documentos centenários da Companhia de Pescarias do Algarve. E ainda um vídeo que mostra o processo de captura do atum.

Agricultura e Mar Actual

 
       
   
 

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