O desenvolvimento vegetativo das searas de milho decorreu com normalidade, com respostas muito positivas ao aumento das temperaturas e da insolação, dizem as previsões agrícolas do Instituto Nacional de Estatística (INE), em 31 de Outubro.
Adiantam os técnicos do INE que no regime de regadio registou-se, face ao normal, um incremento no número de regas e/ou da dotação das mesmas, sem quaisquer constrangimentos relativos às disponibilidades hídricas.
Acama de muitas searas
O número de espigas por planta e o seu tamanho fazia antever um aumento de produtividade face à campanha anterior. No entanto, a ocorrência de fenómenos extremos de vento e precipitação, associados à tempestade Leslie, provocou a acama de muitas searas que ainda não tinham sido colhidas na região do Baixo Mondego e do Pinhal Litoral, dificultando/impossibilitando a colheita e reduzindo o rendimento unitário.
Assim, no milho de regadio, e apesar do aumento da área semeada, prevê-se que a produção se mantenha próxima da alcançada na campanha anterior.
Arroz diferente em várias regiões
Também no arroz se verificaram cenários distintos nas principais zonas produtoras. No Ribatejo e Alentejo o desenvolvimento vegetativo foi bom, com as searas a apresentarem povoamentos muito homogéneos, boa coloração e ausência de sintomas de problemas fitossanitários.
As ceifas iniciaram-se na segunda quinzena de Outubro e ainda não terminaram, registando produtividades muito próximas das da campanha anterior.
Em contrapartida, diz ainda o INE, na Beira Litoral, onde já se concluíram as ceifas no Baixo Vouga, observaram-se searas afectadas com periculária (originando uma elevada percentagem de grãos falidos por panícula) e muitas infestantes, nomeadamente milhã e arroz-bravo, o que diminuiu a produtividade da região.
A passagem da tempestade Leslie também afectou os campos de arroz do Baixo Mondego, agravando as perdas de rendimento unitário. Globalmente estima-se uma produção de 171 mil toneladas, 5% inferior à de 2017.
Agricultura e Mar Actual