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Tecnologia agrícola em 2018: as tendências até agora

Artigo de opinião de Sara Sousa, marketeer na Agroop

Protecção de culturas no topo, agricultura de precisão a crescer e drones e satélites a descer: são estas as principais tendências da tecnologia agrícola, ou AgTech, para a primeira parte de 2018. Quem o revela é a Finistere Ventures, uma empresa de investimentos na área da tecnologia agrícola, no mais recente relatório sobre investimentos no sector.

“A tecnologia agrícola no geral está a maturar num curto espaço de tempo, à medida que mais conhecimentos e recursos são atraídos para o sector. As tecnologias de base estão a melhorar e cada vez mais metas estão a ser alcançadas mais rápido que nunca. Ao mesmo tempo, os investidores … estão a perceber o que funciona neste mercado emergente,” lê-se no documento.

2017 foi um ano importante para o sector, com “123.8 mil milhões de financiamento através de 108 investimentos angel e em fase inicial.” E 2018? A resposta difere de sector para sector.

Tecnologia animal

As soluções tecnológicas para gestão do gado compõem um segmento que “está a subir”, com 21.3 milhões investidos em 2017 e 9,1 milhões já conseguidos até Junho de 2018.

Ciência vegetal

Refere-se à modificação de plantas e organismos para melhorar a rentabilidade das mesmas – por exemplo, alterações genéticas. “Apesar de ser um dos segmentos da AgTech com algumas das vendas e tecnologias mais conhecidas e rentáveis, recebe menos investimento angel do que os outros segmentos. Isto, provavelmente, está relacionado com a complexidade do desenvolvimento da tecnologia, barreiras regulatórias e tempos longos de investimento.” O financiamento neste sector tem vindo a baixar desde 2016.

Protecção de culturas

São produtos que, aplicados nas plantas, melhoram a rentabilidade e saúde das mesmas, como, por exemplo, tratamentos para sementes.

As startups de gestão de culturas e de inputs são as que recebem mais investimento. “A pressão para aumentar a produtividade das culturas tem aumentado o interesse neste segmento desde 2012.” Desde o início do ano, o segmento já registou 24,1 milhões de investimento.

Agricultura em ambiente controlado

Este segmento inclui os sistemas de hardware e software feitos para permitir o cultivo de culturas dentro de edifícios. Tanto o volume e o valor deste segmento caíram drasticamente em 2016 – quase 40 milhões – mas houve uma forte recuperação no ano passado. “A agricultura de interior é um sector nascente dentro da tecnologia agrícola e prevê-se que a actividade no mesmo aumente à medida que o interesse dos consumidores em produção e sistemas de alimentos locais continua a aumentar.”

Agricultura de precisão

Refere-se a software para gestão de informação e soluções de analíticos para melhor gestão agrícola. Este continua a ser um segmento muito popular para os investidores, segundo a Finistere Ventures. Até Junho de 2018, já tinha recebido 14,4 milhões de investimento. E, desde 2013, tem crescido anualmente.

Tecnologias de imagem

Aqui entram os drones e satélites para monitorização aérea das culturas. As startups desta área têm recebido muita atenção da parte de investidores, por causa “das soluções simples que este tipo de empresas oferece.” Ainda assim, o investimento nesta área caiu ligeiramente em 2017.

Tecnologias limpas e sensores são focos para muitas startups

Num inquérito realizado a membros de startups de tecnologia agrícola, chegou-se à conclusão que as “tecnologias limpas”, ou seja, tecnologias que tenham como intenção reduzir impactos ambientais negativos, são um foco de grande maioria dos intervenientes. Por outro lado, também se descobriu que a agricultura de precisão e o segmento dos sensores foram os sectores onde os membros da indústria reportaram mais foco em obter investimento. No entanto, a tecnologia para gado e a aquacultura também revelaram ser alvos de cada vez maior interesse.

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