O primeiro vice-ministro de Política Agrária e Alimentação da Ucrânia, Taras Vysotsky, garante que o país “ainda se poderá manter no topo dos maiores exportadores de alimentos”. Segundo as suas previsões pessimistas, 70% da área agrícola será semeada.
“Se nas regiões de Chernihiv e Sumy, onde há grandes áreas agrícolas, for possível desminar tudo nas próximas semanas, a área semeada pode aumentar em até 80%. Portanto, a Ucrânia pode ficar tranquila em termos de segurança alimentar”, explicou o governante em mais uma ronda de entrevistas à comunicação social.
E adiantou que “nas últimas décadas, exportámos 70% dos nossos produtos, deixando 30% para consumo interno. Então temos a alimentação assegurada, mesmo com áreas semeadas reduzidas”, garantiu Taras Vysotsky.
“Se esperamos semear 70% da área agrícola, vamos ficar com 30-40% para consumo interno, pelo que também haverá saldo para as exportações”, disse o vice-ministro, salientando que a Ucrânia “está pronta e continuará a desempenhar o seu importante papel na garantia da segurança alimentar global”.
Falta de gasóleo
No que diz respeito ao fornecimento dos recursos necessários aos agricultores, Taras Vysotsky diz que “existem quatro componentes principais: fertilizantes, sementes, produtos fitofarmacêuticos e combustível. Os três primeiros factores, na maioria dos casos, os agricultores conseguiram comprar antes de 24 de Fevereiro, antes da guerra.”.
O factor mais crítico é o combustível, que não foi adquirido por 80% a 90% dos agricultores, pelo que “agora existe uma coordenação diária de fornecimento de gasóleo aos agricultores”, acrescenta o governante realçando que actualmente, “a escassez de gasóleo não trava o ritmo de sementeira, mas este factor continua a ser crítico”.
Taras Vysotsky diz ainda que “o factor mais crítico nas exportações é o bloqueio dos portos de Odessa e Mykolayiv, porque mais de 90% das exportações agrícolas ocorreram antes da guerra através desses portos”.
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