AGRICULTURA E MAR Revista do mundo rural e da economia do mar
“Se a situação de guerra e o bloqueio dos portos durar, por exemplo, até seis meses, os países dessas regiões [Médio Oriente e África], em princípio, não terão cereais. E isso significa fome”, afirmou o primeiro vice-ministro de Política Agrária e Alimentação da Ucrânia, Taras Vysotsky, em mais uma ronda de entrevistas às estações de televisão do país.
“Fornecemos 10% das exportações mundiais de trigo, mais de 15% a 20% de cevada, mais de 50% de óleo de girassol. Em média, 50 milhões de toneladas de produtos agrícolas foram exportados da Ucrânia todos os anos. Em anos recordes, esse número chegou a 65 milhões de toneladas. Hoje não é possível encontrar alternativa para esses volumes e substituir os nossos produtos. É impossível fazê-lo, mesmo nos próximos 3 a 5 anos”, sublinhou Taras Vysotsky.
Segundo aquele governante ucraniano, em devido ao bloqueio dos portos de Odessa e Mykolayiv, “podemos exportar hoje 15% a 20% dos números do pré-guerra. Isso já levou a aumentos significativos nos preços agrícolas e escassez em todo o Mundo, especialmente no Médio Oriente e Norte da África”.
No entanto, em nota de imprensa, o Ministério de Política Agrária e Alimentação da Ucrânia sublinha que o governo “está neste momento a trabalhar para expandir as exportações através de vias alternativas. Por exemplo, em Abril foi exportado 4 vezes mais do que em Março”.
“Não é suficiente, mas há um progresso significativo. E vemos que em Maio que há uma oportunidade de aumentar as exportações. Portanto, existem duas estratégias: em primeiro lugar, a nossa vitória e a liberação dos portos, e em segundo lugar, a ampliação dessas formas alternativas de venda de produtos”, disse Taras Vysotsky na mesma entrevista.
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