“Aproximamo-nos da época mais crítica de ocorrência de incêndios, e nesta altura foi ordenada a recolha dos rádios SIRESP [Sistema Integrado das Redes de Emergência e Segurança de Portugal] para serem reprogramados, deixando várias equipas sem qualquer sistema de comunicação, o que faz com muitas equipas fiquem às “escuras” sem saberem o que se passa à sua volta em caso de incêndio”. O alerta é do SinFAP — Sindicato Independente dos Trabalhadores da Floresta, Ambiente e Protecção Civil.
Diz a direcção do SinFAP em comunicado de imprensa que “condena a recolha dos rádios SIRESP na época crítica, quando houve tempo suficiente para que a reprogramação fosse efectuada no resto do ano. Recordamos que por palavras do senhor primeiro-ministro António Costa, no dia 24 de Maio, a uma resposta do grupo parlamentar do PSD [Partido Social Democrata], dizia que a reprogramação dos rádios não ia afectar os trabalhos do dispositivo de combate a incêndios, situação que não se verifica na prática no terreno”.
“Importa garantir que todos os intervenientes do Dispositivo de Combate a Incêndios Rurais sejam equipados com comunicações fixas ou móveis, para que possam cumprir a sua missão, no sentido de proteger a população e os seus bens, assim como as áreas florestais”, realça o mesmo comunicado.
E adianta que, numa altura em que os termómetros atingem valores extremos e o risco de incêndio aumenta, “é fundamental que os alertas emitidos pela ANEPC [Autoridade Nacional de Emergência e Protecção Civil] sejam antecipados para que todos possam responder com a prontidão e o descanso que todos os operacionais merecem, para que possam cumprir com o seu trabalho nas melhores condições físicas e psicológicas”.
Sapadores Florestais
Alerta ainda o sindicato que há Sapadores Florestais que executam trabalho de silvicultura preventiva mesmo com temperaturas de 30º/40ºC correndo riscos para a sua saúde, como é disso exemplo o caso do jovem que sofreu um golpe de calor derivado à exposição solar e ao exercício físico rigoroso, também os Sapadores Florestais estão sujeitos a este cenário, sobretudo os elementos das brigadas de sapadores florestais, que graças a um técnico especialista, os sujeita ao trabalho silvícola, mesmo quando todas as equipas estão nos seu locais de estacionamento estratégico em acções de vigilância”.
“É lamentável que a vida dos nossos operacionais que todos os dias trabalham na protecção de pessoas, bens e floresta seja tão insignificante para alguns técnicos, que desconhecem a sua dura realidade e os vejam apenas como um número, numa das milhares de apresentações que ocorrem para justificar os hectares feitos ao abrigo do Serviço Público, do Programa de Sapador Florestal”, diz o sindicato.
Por isso, o SinFAP exige a intervenção do Ministério do Ambiente e Acção Climática, de forma a que, “perante o calor extremo, todas as equipas e brigadas de sapadores florestais, cessem todas as acções de silvicultura preventiva e se posicionem nos seus locais de estacionamento estratégico, em acções de vigilância e consequente ataque inicial, em caso de detecção de incêndio nascente”.
Agricultura e Mar