O Centro Cultural de Ferreira do Alentejo vi receber, no próximo dia 30 de Junho, o Simpósio Nacional de Frutos Secos – Amendoeira, Nogueira e Pistácio. O evento é organizado pela SCAP – Sociedade de Ciências Agrárias de Portugal, , que conta com a colaboração do Centro Nacional de Competência dos Frutos Secos – CNCFS, direccionado para estas culturas, atendendo à região em que se desenvolve.
Desde longa data, que os frutos secos em geral, são divulgados e reconhecidos pela sua riqueza nutricional: em vitaminas, sais minerais, fibras vegetais e compostos proteicos, que aconselham o seu uso regular, numa alimentação saudável e equilibrada, como uma boa alternativa para a redução do consumo de carne de origem animal, pelo são designados por alguns autores como “carne vegetal”.
É neste contexto que a SCAP, que tem no seu seio, alguns técnicos e produtores que estão a desenvolver projectos inovadores nesta área, decidiu promover esta iniciativa, para fazer o ponto da situação actual, e proceder a um amplo debate e divulgação do conhecimento existente nesta fileira, que poderá trazer novas oportunidades de investimento para o progresso e diversificação da agricultura.
Segundo a organização, a amendoeira tradicionalmente utilizada como cartaz turístico na Terra Quente Transmontana, no Alto Douro e no Algarve, entrou em profundo declínio há várias décadas, devido ao abandono da agricultura tradicional, à baixa produtividade e à pobreza dos solos em que está instalada; em relação à Nogueira existem algumas plantações modernas, nem sempre bem conduzidas, mas muito insuficientes para o abastecimento do mercado interno; por sua vez o pistácio é uma cultura promissora, ainda pouco conhecida em Portugal, que acaba de ser divulgada com algum impacto mediático, mas que exige experimentação e um avanço prudente, antes de passar à sua introdução generalizada.
Actividade em mudança
Mas a SCAP diz que, actualmente, a “situação está a mudar radicalmente, sobretudo em relação à amendoeira, graças ao financiamento assegurado pelos fundos comunitários para novas plantações, no âmbito do Proder e às ajudas existentes para os frutos de casca rija, o que a par do enorme potencial do regadio de Alqueva e da possibilidade de aproveitamento de vastas áreas no interior, centro e norte do país, gerou uma nova dinâmica, com o aparecimento de projectos de média e grande dimensão, recorrendo à mais moderna tecnologia e a variedades estrangeiras, oriundas de Espanha e dos Estados Unidos com elevado potencial produtivo”.
Todavia, a utilização destas variedades sem estudos prévios de adaptabilidade, “comporta alguns riscos, que se torna importante acautelar, através da promoção de projectos de I&D, envolvendo parcerias entre as OP´S, o Ministério da Agricultura, as Instituições de Ensino Superior e os Centros de Investigação, bem como a recuperação de variedades tradicionais, como se verifica já na DRAPAlgarve”, diz a organização.
Mais informações: geral@scap.pt ou 213 633 719.
Agricultura e Mar Actual