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Semper aconselha seguro de estufas que garante custos de colheita e margem de lucro

A actividade agrícola é das que tem resultados mais imprevisíveis. Só depois da colheita o rendimento do agricultor pode ser dado como garantido. Basta uma queda de granizo, uma tempestade ou mesmo um incêndio — riscos que o agricultor não pode controlar — para acabar com uma campanha de um dia para o outro.

O sistema público disponibiliza o seguro de colheitas, que visa segurar a produção, garantindo ao agricultor uma indemnização em caso de sinistro de origem meteorológica. O custo do prémio de seguro é apoiado até ao nível máximo de 70% (com comparticipação comunitária). No entanto, sempre que há um sinistro são muitas as organizações de agricultores a garantirem que este apoio é insuficiente.

É para colmatar esta falha que a Semper — Mediação de Seguros, do Grupo Rego — que conta também com a  F. Rego — Corretores de Seguros, tem como produto agrícola “core” o seguro de estufas e de culturas em estufas. “Este é um seguro de danos materiais com perdas de exploração que não se enquadra na apólice uniforme de colheitas e, como tal, não cumpre com este critério basilar para acesso à bonificação. No entanto, garante as colheitas em estufas ao segurar a facturação do produtor e, em caso de sinistro, garantir, não só os seus custos com a colheita, mas também a sua margem de lucro”, diz em entrevista à Revista Agricultura e Mar, David Sousa, director da Semper.

Trata-se da cobertura de riscos da produção em estufa em estreita colaboração com os mercados internacionais especializados, permitem à equipa de especialistas da Semper o desenvolvimento de soluções flexíveis à medida das características de cada empresa.

O seguro para cultura em estufas da Semper permite garantir estruturas e equipamentos, mas sobretudo as perdas de rendimento decorrentes de danos sofridos pelas colheitas. Esta solução conta ainda com o suporte técnico especializado na avaliação de riscos e limites seguros.

Seguros paramétricos

Outra das apostas da Semper passa pelos seguros paramétricos. As alterações climáticas têm aumentado o grau de exposição de diversas indústrias a fenómenos climatéricos adversos. Os seguros paramétricos posicionam-se como um produto particularmente eficaz para estes riscos, ao estarem indexados a um determinado evento natural (temperatura, precipitação, humidade, ou outro).

A Semper tem vindo a aumentar o seu portefólio de soluções de índices climáticos, através do estreito contacto com seguradoras e insurtechs internacionais, assegurando a disponibilização destes produtos a diversos sectores vitais à economia, como o agrícola, a indústria transformadora, a construção e energia.

Estas apólices caracterizam-se pelo elevado grau de personalização, bem como pela simplicidade de activação da indemnização, conferindo grande segurança e estabilidade às empresas seguradas.

Entrevista a David Sousa, director da Semper

Porquê a distinção da marca Semper na F. Rego?

A Semper e a F. Rego integram o Grupo Rego, partilhando a estrutura accionista, mas têm equipas totalmente independentes. Apesar do recente rebranding, e do maior investimento comunicacional, a Semper está já no mercado desde 2014, actuando de forma autónoma, através de um modelo de negócio totalmente autónomo.

A Semper, apesar da sua figura jurídica, não é uma tradicional empresa de mediação de seguros, actuando como agência de subscrição, com autonomia de subscrição fornecendo produtos com clausulados próprios em estreita colaboração com seguradoras internacionais, não presentes directamente em Portugal, permitindo a comercialização de produtos em regime de exclusividade no mercado em que actuamos.

Onde subscreve a Semper os riscos, as apólices?

A Semper procura identificar, nos nichos sectoriais em que actua, as necessidades do mercado, disponibilizando, em parceria com seguradoras internacionais de grande experiência e solidez, soluções especializadas que respondam de forma eficaz a estas oportunidades. Os produtos que disponibilizamos são vastos, não se restringindo ao sector agrícola. O nosso mercado histórico é o alemão, mas colaboramos igualmente com seguradoras inglesas, austríacas, holandesas, belgas, francesas, entre outras. Sem prejuízo, aquilo que nos distingue e que procuramos afirmar no mercado é a marca Semper.

As companhias de seguros portuguesas não têm produtos suficientemente adaptados às culturas agrícolas?

As companhias de seguros portuguesas estão perfeitamente capacitadas para fornecer soluções. O que percepciono como sendo o problema é que apenas os produtos subsidiados são vendáveis, devido à forte componente bonificada, o que, inviabiliza, muitas vezes, por força do custo, a comercialização de soluções alternativas.

Nas apólices da Semper os preços são caros? Têm apoio do IFAP como as existentes na generalidade das companhias de seguros portuguesas?

A questão do preço é relativa, dependendo de uma série de factores, como a percepção do comprador quando está a transitar de um cenário em que não tem seguro para um em que passa a suportar esse custo (e colher os seus benefícios), se comparamos produtos com ou sem bonificação, se estamos a incidir no mesmo nível de cobertura, etc.. Há um conjunto de indicadores que contribuem para a subjectividade dessa avaliação, mas não considero que os nossos produtos sejam caros.

É importante esclarecer que o apoio do IFAP — Instituto de Financiamento da Agricultura e Pescas é fornecido mediante o cumprimento (e bem) de determinados critérios de acesso, sendo que, para efeitos do tema que estamos a discutir, tal implicaria a venda de um seguro de colheitas que cumpra com os preceitos da apólice uniforme.

No nosso caso, por exemplo, o nosso produto agrícola “core” é o seguro de estufas e de culturas em estufas. Este é um seguro de danos materiais com perdas de exploração que não se enquadra na apólice uniforme de colheitas e, como tal, não cumpre com este critério basilar para acesso à bonificação. No entanto, garante as colheitas em estufas ao segurar a facturação do produtor e, em caso de sinistro, garantir, não só os seus custos com a colheita, mas também a sua margem de lucro.

Por exemplo, como pode a Semper cobrir os riscos da existência de altas temperaturas, fora do período normal, ou da queda de granizo?

Para esse tipo de riscos, a Semper disponibiliza um seguro de índices climáticos, que permite definir limiares de temperatura ou medir o diâmetro do granizo, recorrendo a estações meteorológicas, que fornecem os dados necessários (desde que equipadas com a tecnologia necessária).

Caracterizada por um elevado grau de personalização, esta solução permite definir, para cada cliente, o limiar a partir do qual a colheita passaria a sofrer perdas e calculado o pagamento de acordo com critérios previamente estabelecidos, sem necessidade de uma deslocação física ao local para constatar os danos. Este produto é bastante flexível, estando apenas condicionado pelo tipo de instrumento utilizado para fazer as medições, seja as referidas estações meteorológicas, públicas ou privadas, imagem de satélite, etc..

Em caso de sinistro o pagamento ao agricultor é automático?

No caso do seguro de índices climáticos, seria no final da campanha, devido à forma como é estruturado o produto ou mais concretamente os limiares e gatilhos que activam a cobertura, mas no caso do seguro de estufas, o pagamento é acordado com o produtor e mediante apresentação dos comprovativos dos danos (no caso dos danos à estrutura), com possibilidade de adiantamento de verbas para permitir a rápida reconstrução e reposição da capacidade produtiva, em caso de sinistros de maior gravosidade.

Já falaram com o IFAP para terem também acesso aos apoios para as vossas apólices?

Conforme exposto anteriormente, o produto agrícola “core” da Semper não se enquadra na apólice uniforme de colheitas e, como tal, não cumpre com este critério basilar para acesso à bonificação do IFAP, embora consideremos que este organismo deva rever os critérios de atribuição dos seus apoios em função do aparecimento de novos produtos e soluções que vão muito para além do âmbito da apólice uniforme.

Os seguros paramétricos são mais caros? O apoio do IFAP eliminaria essa desvantagem?

Os seguros paramétricos caracterizam-se por um elevado grau de customização, pelo que o custo não é uniforme. Não posso deixar de evidenciar a segurança e previsibilidade que este tipo de solução representa para o produtor, permitindo-lhe investir e planear a respectiva actividade com um grau de confiança muito superior.

Sem prejuízo do referido no que respeita ao mecanismo de acesso ao apoio do IFAP, é difícil medir o impacto que teria no preço, pois dependeria da percentagem de bonificação concedida pelo IFAP.

Agricultura e Mar

 
       
   
 

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