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Nem sardinha nem robalos. Pescadores querem reunião com ministra ou param sector

A pesca da sardinha, ou não, está a deixar o sector pesqueiro em polvorosa. Depois da ministra do Mar, Ana Paula Vitorino, ter anunciado a interdição de captura daquela espécie em zonas do Norte e do Centro do País, a Associação dos Armadores da Pesca Industrial está hoje reunida e vai pedir uma reunião urgente à governante. “Passados 30 dias, se nada for resolvido, o sector vai parar”, garantiu um dos participantes, Jerónimo Rato. Mas, nem todos os pescadores estão de acordo. Os de Peniche pedem mesmo a paragem da pesca da sardinha por cinco meses.

Aquele representante dois pescadores, em declarações à Lusa, garantiu que a tomada de posição “nada tem a ver com cercos ou com sardinhas”, queixando-se que tal decisão surge devido “à vergonha que se passa” no sector, no qual os “problemas se têm agravando, porque nada efectivamente tem vindo a ser feito”.

Jerónimo Rato salientou que depois de terem sido apresentados quatro projectos de lei, há cerca de cinco meses, “para fazer uma reforma da pesca, do sector”, o “resultado é que nada foi feito e, portanto, os problemas vão se agravando”. E há mesmo a hipótese de greve, que “nada têm a ver com cercos, nem com sardinhas, tem a ver com o sector do peixe, o sector das pescas nacional”.

Pescadores de Peniche pedem paragem por 5 meses

Com uma posição completamente diferente estão os pescadores de Peniche que querem uma paragem total da pesca da sardinha para a frota do cerco e do arrasto durante cinco meses em 2018. Isto apesar de alertarem que não pescar vai destruir o sector.

Com as embarcações encostadas ao cais, depois de, na quarta-feira, se ter iniciado mais um período de defeso biológico da espécie, Hélder Copa, armador da ‘Deusa dos Mares’, recorda à agência Lusa que esta paragem temporária, que se prolonga até Abril, “foi exigida” pelo sector desde há vários anos.

Mas, cientificamente, deve-se ou não parar a pesca da sardinha? A Associação Nacional da Pequena Pesca do Cerco (ANPPC) considerou “inaceitáveis” e uma “falta de sensibilidade política” as declarações da ministra do Mar sobre a proibição de captura de sardinha em áreas do Norte e Centro do País. Ou seja, ninguém se entende.

“Entendemos que tais declarações à comunicação social pela sr.ª ministra do Mar demonstram uma falta de sensibilidade política, pois conforme ficou provado hoje criaram um verdadeiro alarmismo social e merecem a reprovação por parte de toda a classe piscatória”, diz um comunicado da ANPPC.

Refere o mesmo comunicado que “foi transmitida a ideia que Portugal possui duas realidades distintas, sugerindo o encerramento da pesca do cerco de zonas no Norte e no Centro do País”, referindo ainda que “algumas destas zonas do Centro do País lamentavelmente foram também flageladas recentemente por incêndios e que uma vez mais serão castigadas com a adopção de medidas restritivas para a pesca do cerco”.

Agricultura e Mar Actual

 
       
   
 

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