“No ano de 2023, tivemos constrangimentos na safra, devido ao encerramento do entreposto da Madalena do Pico, que representa, em termos de congelação e armazenamento de atum, 50% da capacidade da Região, e, portanto, houve necessidade de articular com todo o sector os limites de descargas, por forma a permitir que a safra do atum em 2023 fosse um sucesso”. Mas, “em 2023 conseguimos rendimentos na ordem dos 866 mil euros a mais do que tivemos na safra de atum de 2022” e relativamente a 2021 mais 182 mil euros, destacando também o aumento do preço médio que em 2023 é de 1,98 euros, quando em 2019 era de 1,52 euros.
O destaque foi feito pelo secretário Regional do Mar e das Pescas dos Açores, Manuel São João, no âmbito de uma reunião que manteve com diversos representantes do sector, refere uma nota de imprensa do Executivo açoriano.
Os bons resultados “devem-se não só ao patudo, mas também ao aumento do preço do bonito, que em 2022 a média foi de 1,25 euros, enquanto em 2023, através do acordo com a produção, foi de 1,50 euros”, frisou ainda o governante, perspectivando que “para 2024, se se conseguir a certificação MSC, que já está em curso, o preço do bonito representará um valor na ordem de 1,75 euros, o mesmo valor que o atum internacional”.
Entreposto da Madalena e fábrica da Conseran a trabalhar em pleno em 2024
“Na próxima safra já estará disponível o entreposto da Madalena e a fábrica da Conseran a trabalhar em pleno, o que permitirá uma maior rotatividade e descargas sem limitações, como ocorreu neste ano por força das circunstâncias” disse Manuel São João.
E prosseguiu: “a fábrica de Santa Catarina, na ilha de São Jorge, fez um investimento no âmbito do MAR2020, de cerca de um milhão de euros, que permitiu reactivar o tanque de salmoura e obter um armazenamento e congelação na ordem das 600 toneladas, o equivalente ao entreposto da Horta, e desde modo, estamos melhor colocados em termos de congelação, armazenamento e transformação para 2024”.
“Criar condições necessárias há congelação e armazenamento para as nossas indústrias, sem necessidade de recorrer à importação de atum internacional, e aumentar o valor à produção, valorizando o produto, são os objectivos para continuar a fazer cumprir para um sector mais pujante e forte”, defendeu ainda o secretário Regional do Mar e das Pescas.
Modelo de gestão para o patudo em estudo
Com vista à adopção das melhores soluções para a maior valorização do pescado dos Açores, na reunião foi analisado um modelo de gestão para o patudo, a continuidade da circular introduzida em 2023 para o atum rabilho, e em relação ao patudo e voador encontrar soluções para melhorar a sua gestão e aumentar o preço médio de venda, acrescenta a mesma nota.
Manuel São João adiantou ainda que, “relativamente ao espadarte, foi analisada uma proposta da Federação das Pescas dos Açores e apresentada uma contraproposta, que irá beneficiar mais os armadores da região que operam e descarregam na região, sem prejudicar os palangres de superfície que descarregam fora da região, por forma a que a distribuição das 313 toneladas de espadarte traga maiores proventos e as descargas sejam distendida no tempo ao longo do ano”, ressalvando que “eventualmente, terá que ser feita uma revisitação a meio do ano por forma a aproveitar a quota e valorizar esta espécie”.
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