Os novos produtos, processos, serviços e tecnologias criados em prol da valorização da floresta portuguesa pelo projecto colaborativo rePLANT serão apresentados hoje, 23 de Março, na Mata do Braçal, na Lousã. Com foco na inovação para o sector florestal, a acção de demonstração irá desvendar o resultado de quase três anos de trabalho de 20 entidades na implantação de estratégias para a gestão integrada da floresta e do fogo.
Alfaias inovadoras e integradas com tecnologias digitais, espécies e proveniências de pinheiro mais resilientes e produtivas e aplicações mobile para medição da madeira em pé e em pilha são algumas das inovações que o projecto vai mostrar.
O RePLANT é um projecto colaborativo, estruturado em três grandes áreas de actuação: Gestão da Floresta e do Fogo, Gestão do Risco e Economia Circular e Cadeias de Valor, com um investimento de 5,6 milhões de euros, apoiado pelo Compete/Portugal 2020, através dos programas POCI e Lisboa 2020.
“Dedicámos os últimos três anos ao futuro da floresta e encontrámos soluções que contribuem para o seu desenvolvimento sustentável e para a actividade do sector. Estes são resultado do melhor conhecimento técnico-científico de entidades empresarias e não empresariais que trabalharam em demonstrações altamente tecnológicas, no âmbito das linhas de actuação do projecto” explica Carlos Fonseca, Director Científico e Tecnológico do CoLAB ForestWISE, que coordena o projecto com a The Navigator Company.
“Esta é a primeira de várias acções que vão decorrer ao longo do ano e que pretendem mostrar os resultados conseguidos pelo projecto mobilizador rePLANT que terá impacto positivo em toda a cadeia, nomeadamente nos prestadores de serviços e nos produtores florestais”, acrescenta Carlos Fonseca.
Nova alfaia de mobilização parcial do solo
O rePLANT resultou numa nova alfaia de mobilização parcial do solo, a Alfaia Riper Grade (ARG) que, além de combinar diversas operações em simultâneo, integra tecnologias digitais que a tornam mais versátil e robusta na realização dos trabalhos florestais, reduzindo os seus custos e o impacto ambiental, melhorando as condições de desenvolvimento das plantas, refere uma nota de imprensa dos responsáveis pelo projecto.
O potencial da incorporação de ferramentas digitais neste tipo de alfaia, nomeadamente sensores LiDAR, que permitem a partilha de informação em tempo real, tais como a performance da máquina e a dosagem automática de adubo, consoante as características do solo serão igualmente apresentados nesta acção, acrescenta a mesma nota.
Vão também ser apresentados os resultados dos ensaios de diferentes espécies e proveniências de pinheiro utilizados em programas de melhoramento noutros países, como Austrália, Portugal, França e Espanha, mais produtivas e resistentes às alterações climáticas, relevantes para aumentar a rentabilidade dos produtores florestais e, consequentemente, a aposta nesta espécie.
Foram ainda testadas aplicações de smartphone para medição de pilhas de madeira e inventário florestal e tecnologias acessíveis a todos, que permitem, de uma forma fácil, rápida e menos dispendiosa, recolher dados importantes, por exemplo, para a compra de madeira e para a gestão e planeamento adequados da propriedade florestal.
Projecto conta com mais de 70 investigadores e técnicos
Com um investimento de 5,6 milhões de euros, apoiado pelo Compete/Portugal 2020, através dos programas POCI e Lisboa 2020, o rePLANT irá ter um impacto em todo o ecossistema produtivo e empresarial do sector e melhorar a segurança das populações que vivem em espaços florestais, os sistemas de prevenção e combate aos incêndios, reduzir as ameaças à biodiversidade, aumentar a resiliência da floresta e das infra-estruturas e a competitividade do sector.
O rePLANT junta 20 entidades: o ForestWISE, a The Navigator Company, a REN, a Sonae Arauco, a Altri Florestal, a Amorim Florestal, a DS Smith, a EDP Distribuição, o Instituto de Engenharia de Sistemas e Computadores, Tecnologia e Ciência, a Universidade de Coimbra, o Instituto Superior de Agronomia da Universidade de Lisboa, a Whereness, a EDP Labelec, a Trigger Systems, a Frazivel, a Tesselo, a Florecha, o Instituto Nacional de Investigação Agrária e Veterinária I.P., a Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto e a Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro.
O projeto colaborativo está estruturado em três grandes áreas de atuação – a primeira, dedicada à Gestão da Floresta e do Fogo (liderada pela Sonae Arauco e pelo Instituto Superior de Agronomia da Universidade de Lisboa); a segunda, sobre Gestão do Risco (sob coordenação da REN – Redes Energéticas Nacionais e da Universidade de Coimbra); e um terceiro pilar, sobre Economia Circular e Cadeias de Valor (sob gestão da The Navigator Company e do ForestWISE).
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