O Dia da Floresta Autóctone celebra-se hoje, dia 23 de Novembro, e a Quercus – Associação Nacional de Conservação da Natureza aproveita para lançar a “Agenda Regeneradora”, ao mesmo tempo que alerta para a actual conjuntura de crise climática e perda de biodiversidade e convida ao reforço do trabalho colaborativo e mudança de práticas e políticas públicas para a necessária regeneração do território.
Com a Agenda Regeneradora a Quercus pretende facilitar a participação e a divulgação de projectos de restauro ecológico e de abordagens regeneradoras em diversas tipologias de locais, como áreas naturais, linhas de água, terrenos florestais, áreas agrícolas e áreas urbanas, e em particular acções de plantações e/ou sementeiras de espécies autóctones, que promova a diversidade biológica, a diversidade genética e considere abordagens próximas da natureza, como a menor perturbação possível do solo e da regeneração natural e a sucessão ecológica.
“Apesar do agravamento do problema das alterações climáticas e de perda de biodiversidade assistimos concretamente em Portugal a práticas generalizadas destrutivas da natureza, como políticas arboricidas, de desmatação e uso intensivo de pesticidas, não obstante ser um dos países da Europa mais vulnerável aos efeitos das alterações climáticas”, afirma a direcção da Quercus em comunicado de imprensa.
A Associação vê com grande preocupação “o avanço de práticas destrutivas do território, em particular o avanço da agricultura intensiva sem respeito pelo solo, pelas galerias ripícolas, por áreas de montado, que apesar do sobreiro e azinheira serem protegidas, são pedidos o seu abate frequentemente e o avanço da monocultura do eucalipto”.
Critérios desajustados nas faixas de gestão de combustível
Por outro lado, preocupa a Quercus “a aplicação de critérios desajustados nas faixas de gestão de combustível (como nas vias de comunicação e envolvente de habitações e povoamentos) que têm acelerado o abate de árvores que deviam ser protegidas, como carvalhos (Quercus sp.) e freixos (Fraxinus angustifolia) e a destruição das espécies da nossa flora nativa em geral”.
Estando em curso a revisão dos critérios técnicos nas faixas de gestão de combustível a Quercus espera que “esta oportunidade seja bem aproveitada para introduzir as alterações e correcções necessárias que permita a necessária protecção e promoção do nosso bosque autóctone”.
E diz que são “igualmente necessárias profundas mudanças na gestão de espaços urbanos com a redução de áreas artificializadas, a conversão de espaços verdes para uma concepção mais natural, como a criação de mini-florestas urbanas e espaços verdes biodiversos e multifuncionais”.
Promoção dos bosques e da biodiversidade autóctones
Realça o mesmo comunicado que a promoção dos bosques e da biodiversidade autóctones “é uma missão e trabalho permanente da Quercus desde a sua génese” desenvolvendo vários projectos nesta área, entre os quais: Criar Bosques; Floresta Comum e o Monte Barata.
A Associação destaca ainda o projecto Green Cork, e o programa Green Cork Escolas, em que através da recolha e rolhas de cortiça e a sua reciclagem, permite financiamento de acções de plantação.
Agricultura e Mar Actual