O pulgão-dos-carvalhos, cujo nome científico é Altica quercetorum (Foudras, 1890) é um insecto coleóptero de carácter endémico com presença frequente no Centro e Sul da Europa, tendo sido observado pela primeira vez, em Portugal, em 1896, sem nunca causar grandes motivos para alarme.
No entanto, diz o ICNF — Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas que, e em condições favoráveis como Invernos secos e eventualmente Verões de grande humidade, com muitos dias de nevoeiros matinais, os ataques podem aumentar de intensidade, sendo que na Galiza, na década de 90, foram observados ataques intensos em áreas extensas de carvalho.
Em Portugal, observaram-se, recentemente, alguns episódios de aumentos populacionais desta praga resultado de condições favoráveis ao seu desenvolvimento, nomeadamente no Verão de 2009, tendo-se registado grandes áreas de carvalho atacadas.
O agriculturaemar.com socorre-se de todas as explicações do ICNF aqui.
Biologia e sintomas
A Altica quercetorum é um coleóptero, pertencente à família Chrysomelidae, sendo parente próximo do escaravelho-da-batata (Leptinotarsa decemlineata) e do besouro-verde (Paraulaca dives), que ataca, por exemplo, o tomateiro.
É conhecido por atacar, preferencialmente, o carvalho-alvarinho ou roble Quercus robur podendo, no entanto, atacar outros carvalhos como o sobreiro Quercus suber e o carvalho-cerquinho ou português Quercus faginea, e outras espécies como os amieiros Alnus spp, a aveleira Corylus avellana e os salgueiros Salix spp.
No seu estado adulto este coleóptero apresenta um corpo ovalado, de cor verde escura brilhante (foto 1), as larvas são pretas e medem, aproximadamente, 1,8 mm, podendo a larva atingir os 8 mm (foto 2).
Fotos 1 a 3 – Coleóptero no estado adulto; larva bem desenvolvida; e postura na face inferior da folha.
As posturas são normalmente observadas na face inferior das folhas. Os ovos caracterizam-se por terem uma forma cilíndrica, de cor amarelo vivo, encontrando-se reunidos em grupos de 2 a 11 (foto 3).
Esta espécie de coleóptero passa os meses mais frios na sua fase adulta e as posturas costumam ser de meados de abril a meados de julho (figura 1).
Figura 1 – Ciclo de vida (adaptado de López, C. et al. 2007: Sanidad Forestal – Guia en imágenes de plagas, enfermedades y otros agentes presentes en los bosques. Ed. Mundi-Prensa.).
Este coleóptero provoca danos nas folhas, tanto na sua fase larvar (alimentando-se do parênquima e deixando apenas as suas nervuras) como na fase adulta (fazendo pequenos orifícios resultantes do pasto de maturação). Os sintomas caracterizam-se, assim, pelo aspecto amarelecido das copas, esqueletização das folhas, folhas de cor castanha e, a partir de Agosto, possivelmente a presença de indivíduos adultos.
Medidas de controlo
As medidas para controlo desta praga devem ser aplicadas, preferencialmente, de Abril a Junho. Em primeiro lugar, devem ser consideradas as medidas de luta cultural, nomeadamente a limpeza dos terrenos, carros e camiões, uma vez que este insecto se pode expandir a outras áreas através do transporte.
Em certos países, os produtores florestais podem recorrer à luta química, através da pulverização com um insecticida regulador do crescimento ou com produtos à base de Bacillus thuringiensis, cuja aplicação deverá ser condicionada pelo estado de desenvolvimento larvar em que se encontra o insecto.
Importância actual
Não chegando a causar a morte do hospedeiro, mas podendo consumir até cerca de 95% da parte aérea, este coleóptero atrasa o seu crescimento no ano do ataque, deixando o hospedeiro enfraquecido e vulnerável a outros agentes patogénicos.
Assim, principalmente em áreas de recreio e lazer onde predomina a importância estética do arvoredo e particularmente no caso de árvores de interesse público, esta praga pode causar danos significativos. Nestas situações deverá ser desenvolvido um combate precoce e um acompanhamento permanente, para evitar danos maiores e irreversíveis.
Os produtores florestais podem efectuar pedidos de autorização de venda de produtos fitofarmacêuticos, ao abrigo da legislação em vigor com vista ao controlo mais efectivo da praga.
Para mais informações contacte o Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas, na Divisão de Protecção Florestal e Valorização de Áreas Públicas, ou o Departamento de Conservação da Natureza e Florestas da sua região, aqui.
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