Os responsáveis pelo projecto de educação e comunicação em ciência bLueTIDE revelaram os resultados de dois anos de trabalho. A trabalhar com a comunidade escolar e outros públicos, o programa superou todas as expectativas: envolveu 1.500 pessoas, incluindo mais de 500 crianças provenientes de 12 escolas sedeadas em 4 localizações distintas.
Trabalhou com 27 turmas, organizou 11 acções de formação em que participaram 140 professores e cumpriu a grande meta a que se propôs – fortalecer a ligação dos mais novos ao oceano, motivando-os conhecer e a contribuir para a conservação da zona rochosa entremarés.
A cerimónia de encerramento do projecto bLueTIDE teve lugar esta semana, na Praia de Paço de Arcos, em Oeiras. Para além dos investigadores envolvidos no projecto, o encontro contou com a presença de Elisabete Brigadeiro e Ágata Midões, em representação da Câmara Municipal de Oeiras, e de Marisa Lameiras e Sandra Cruz, respectivamente Directora-geral e Subdirectora-geral da DGPM – Direcção-Geral de Política do Mar.
O projecto de educação e comunicação de ciência bLueTIDE tinha como objectivo principal a promoção do conhecimento da zona rochosa entremarés. Nos últimos dois anos trabalhou com uma selecção de escolas distinguidas com o galardão Escola Azul, no litoral, a par de escolas sem galardão, localizadas a mais de 50km da costa, nos conjuntos geográficos Figueira da Foz/Sardoal, Peniche/Vila Nova da Barquinha, Setúbal/Benavente e Sines/Évora, explica uma nota de imprensa dos responsáveis pelo projecto.
“Trabalhar com crianças não é novidade para o MARE. Pela idade, pela curiosidade e pelo entusiasmo que demonstram em aprender coisas novas, são os melhores aliados que podemos encontrar. Com a implementação do bLueTIDE pretendíamos transformar as crianças e os docentes em agentes activos na conservação dos sistemas naturais – saber mais sobre estes sistemas responsabiliza-os e motiva-os para a sua protecção”, explicou Zara Teixeira, investigadora do MARE – Centro de Ciências do Mar e do Ambiente e coordenadora do projecto.
Balanço “é bastante positivo”
E adiantou que “o balanço destes dois anos é bastante positivo – percebemos que tanto os professores como os alunos valorizam o contacto com investigadores e que a disponibilização de informação científica numa linguagem adaptada e em formatos distintos dos que habitualmente se utilizam em sala de aula, é uma mais-valia para todos”.
Através do bLueTIDE, os alunos reforçaram a motivação e o interesse pela conservação ambiental e os professores ficaram mais confiantes na abordagem a tipo de temáticas. Para além das escolas envolvidas, o projecto bLueTIDE também trouxe múltiplas vantagens a outras comunidades por todo o país através da participação em eventos de referência como o Ciência Viva no Verão, a Noite Europeia dos Investigadores, o CoastWatch ou o European Maritime Day in My Country.
O programa ultrapassou as expectativas: nos últimos dois anos, envolveu 1500 pessoas, incluindo mais de 500 crianças provenientes de 12 escolas sedeadas em 4 localizações distintas. Trabalhou com 27 turmas e organizou 11 acções de formação em que participaram 140 professores.
Livro e manual de formação perpetuam projecto no tempo
O conhecimento das espécies e da respectiva dinâmica responsabiliza-nos enquanto comunidade e permitem-nos tomar decisões ponderadas. Informação é poder e, por isso, os cientistas do MARE procuraram que este projecto não se esgotasse em si mesmo.
“A pensar na perpetuação do conhecimento e na renovação dos agentes activos, desenvolvemos duas ferramentas úteis que poderão continuar a acompanhar todos os que participaram nas nossas acções, a par de tantos outros que se possam interessar pela causa. Ainda este Verão, vamos publicar um manual de formação para professores e um livro de curiosidades para toda a comunidade. Muito em breve, vão estar ambos disponíveis online e poderão ser descarregados e usados livremente por todos os que procuram ensinar ou ficar a saber mais sobre estes temas”, concluiu Zara Teixeira.
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