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Produtores pecuários a Sul do Tejo em “grandes dificuldades” por escassa produção forrageira

Os técnicos do Instituto Nacional de Estatística (INE), nas suas previsões agrícolas, em 31 de Maio de 2023, dizem que a “escassa produção forrageira a Sul do Tejo” devido à seca, “causa grandes dificuldades no sector pecuário.

“As condições meteorológicas adversas ocorridas desde Janeiro, em particular a Sul do Tejo, onde se verificou um cenário de escassa precipitação e temperaturas anormalmente altas, condicionaram muito negativamente o ciclo vegetativo das plantas, sendo especialmente evidente nos prados, pastagens e culturas forrageiras, cuja produção regista quebras que rondam os 50% no Alentejo, face a 2022, ano em que a produção forrageira também foi muito condicionada pela seca, com um decréscimo de aproximadamente 30%, relativamente a um ano normal”, refere o INE.

E adianta que o desenvolvimento vegetativo dos prados e pastagens permanentes (naturais e semeados) apresentou uma “deterioração muito precoce e significativa, o que originou uma redução substancial das disponibilidades de matéria verde para o pastoreio, obrigando em algumas zonas, especialmente no interior do Baixo Alentejo e Alentejo Litoral, à suplementação alimentar dos efectivos pecuários em regime extensivo com alimentos conservados, numa época do ano em que, por norma, as necessidades alimentares seriam totalmente satisfeitas por pastoreio directo”.

Reservas de palhas e fenos são escassas

Por outro lado, adianta o INE, as reservas de alimentos conservados das explorações (palhas e fenos) são escassas, resultado das baixas produções, agravadas pelas chuvas de 21 a 24 de Maio, que deterioram algum feno que ainda se encontrava no campo.

As disponibilidades forrageiras “são assim insuficientes para assegurar a alimentação de muitos efectivos pecuários a Sul do Tejo, observando-se um aumento na procura de alimentos conservados (fenos, fenossilagens, silagens e palhas) num cenário de escassa oferta (interna e externa), com os preços a duplicarem face a 2022”, realçam os técnicos do INE.

Abandono da actividade no Baixo Alentejo e Algarve

“Atendendo a estas dificuldades, alguns produtores estão a optar por reduzir o efectivo reprodutor, havendo mesmo casos de abandono da actividade no Baixo Alentejo e Algarve. A Norte do Tejo as perspectivas são menos preocupantes para a actividade agropecuária, apresentando os prados, pastagens e culturas forrageiras um melhor desenvolvimento vegetativo, estando a suplementação com alimentos grosseiros armazenados e/ou alimentos concentrados mais próxima dos parâmetros normais2, diz ainda o INE.

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