A campanha agrícola 2017/2018, marcada pelo decréscimo das principais superfícies agrícolas cultivadas com culturas temporárias e por quebras generalizadas das produções, saldou-se por um crescimento nominal da produção do ramo agrícola, consequência de um aumento de 2,1% dos preços base, divulga o Instituto Nacional de Estatística (INE) na sua publicação Estatísticas Agrícolas – 2018.
Destaque ainda assim para a produção de laranja que atingiu o nível mais elevado desde 1986 e, pelo segundo ano consecutivo, para a produção de azeite acima de 1 milhão de hectolitros.
O défice da balança comercial dos “Produtos agrícolas e agroalimentares (excepto bebidas)” agravou-se nesta campanha, ascendendo a 3 705,8 milhões de euros.
Produção Vegetal
O ano agrícola 2017/2018 caracterizou-se meteorologicamente por um outono quente e extremamente seco ao qual sucedeu um Inverno igualmente seco mas frio. A situação de seca meteorológica, que se verificava desde Abril de 2017, foi ultrapassada por uma primavera muito chuvosa (a terceira Primavera mais chuvosa desde 1931) e fria, refere o INE.
O Verão foi classificado como normal em termos de temperatura e precipitação embora Junho tenha sido o segundo mês mais chuvoso desde 2000 e Agosto o mês mais quente dos últimos 88 anos.
Nos cereais de Outono-Inverno registou-se um aumento de produção (+8,5% face a 2016/2017), numa campanha que registou a menor superfície desde que existem registos estatísticos sistematizados (117 mil hectares).
Nas culturas de Primavera-Verão registou-se uma diminuição generalizada da produção, com particular relevo no tomate para a indústria, cuja produção foi 25,7% inferior à da campanha anterior, em resultado da diminuição da área instalada.
Nos pomares, as quebras de produção também foram evidentes, especialmente nas maçãs (-18,8%) e nas pêras (-19,7%). A produção de vinho atingiu os 5,9 milhões de hectolitros (-10,3%, face à vindima anterior).
Produção Animal
Já a produção total de carne situou-se nas 892 mil toneladas, reflectindo uma variação positiva pouco significativa (+0,2%), quando comparada com a produção do ano 2017. Houve um aumento de 1,7% do total de carne de reses (494 mil toneladas) contrabalançada por idêntico decréscimo (-1,7%) da produção de carne de animais de capoeira, cujo total se fixou nas 382 mil toneladas.
Apresentaram aumentos as carnes de bovino (94 mil toneladas), suíno (383 mil toneladas) e caprino (1,2 mil toneladas) de 3,1%, 1,4% e 2,5%, respectivamente, enquanto a carne de ovino (15,7 mil toneladas) teve uma redução de 0,4%. A produção de frango (306 mil toneladas) teve um decréscimo de 3,6%.
Ovos de galinha
A quantidade de ovos de galinha produzida ascendeu a 143 mil toneladas, 1,1% superior comparativamente a 2017, sendo que 120 mil toneladas corresponderam a ovos para consumo (+1,3% face a 2017).
A produção total de leite apresentou em termos globais um aumento de 1,0%, com o volume de leite de vaca (1 881 milhões de litros) a crescer 1,0%, o leite de cabra a aumentar 8,8% e o de ovelha a decrescer 1,6%, face a 2017.
Produção Florestal
A superfície ardida em Portugal no ano 2018 foi apenas 8,3% da superfície ardida em 2017, não tendo ultrapassado os 45 mil hectares.
No período 2001-2018 os anos 2017, 2003 e 2005 destacam-se como os anos com maior área ardida: 541 mil hectares, 472 mil hectares e 347 mil hectares, respectivamente.
Em 2018, houve uma redução acentuada do número de incêndios rurais no Continente (12.273 incêndios face a 21.006 em 2017), menos 41,3% das ocorrências.
Os dados do 6.º Inventário Florestal Nacional (IFN6) referentes ao ano 2015 mostram que de 2010 para 2015 o total de superfície florestal do Continente aumentou 1,3% (37 mil hectares).
Na superfície florestal arborizada do continente a espécie mais representada em 2015 era o eucalipto, com 25,7% da área arborizada total, seguido do sobreiro com 23,6% e do pinheiro-bravo com 20,6%.
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Agricultura e Mar Actual