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Produção da silvicultura aumenta 1,6% em 2017 com produção de cortiça a crescer 5,9%

A evolução nominal positiva (+1,6%) da produção da silvicultura em 2017, reflectiu o acréscimo da produção de cortiça (+5,9%) e de serviços silvícolas e de exploração florestal (+13,0%) a par de uma estabilização, em valor, da produção de madeira.

Quem o diz é o Instituto nacional de Estatística nas suas Contas Económicas da Silvicultura — 2017. E acrescenta que a evolução negativa da produção em termos reais (-0,5%) foi determinada, sobretudo, pelo decréscimo da produção de cortiça (-2,9%), dado que a produção de madeira para serrar e para triturar (remoções de madeira, excluindo a madeira para energia) e de serviços silvícolas e de exploração florestal registaram aumentos (+3,2% e +6,6%, respectivamente).

Madeira para triturar destaca-se

Em termos estruturais, verifica-se que a madeira para triturar assumiu o lugar de produto com maior destaque desde 2010-2014 (média de 43,0%), tendo, no entanto, vindo a perder peso relativo (38,3% em 2017).

Madeira para serrar

A madeira utilizada pelas indústrias de serração e, numa fase posterior da fileira produtiva, pelas indústrias de mobiliário e embalagens e pela construção corresponde, sobretudo, a madeira de espécies florestais resinosas, das quais se destaca o pinheiro bravo.

Nos últimos anos, o crescimento das exportações (com o consequente acréscimo da produção de paletes e caixas para embalamento) e a recuperação da construção, terão contribuído para um aumento da procura de madeira para serrar superior à oferta interna desta matéria, dada a dificuldade de regeneração de alguns povoamentos e o decréscimo de plantações.

No ano de 2017, marcado por um conjunto de incêndios de grande dimensão, verificou-se novo incremento da oferta desta madeira (+8,7% em volume), resultante de um aumento de cortes e de intervenção na floresta, tendo os preços diminuído 5,8%.

Madeira para triturar

Em consequência do desenvolvimento da indústria nacional de pasta e papel verificado nos últimos anos, a produção de madeira para triturar tem registado aumentos significativos. Para além de vocacionada para matéria-prima da indústria de pasta de papel (sobretudo eucalipto), este tipo de madeira é também utilizada no fabrico de aglomerados (sobretudo pinheiro bravo).

Após o decréscimo de volume observado em 2016, que interrompeu a tendência de crescimento dos últimos anos, a madeira para triturar voltou a registar um aumento real, embora ténue, em 2017 (+0,7%), correspondendo maioritariamente a eucalipto consumido pela indústria de pasta de papel.

Contexto excepcional de grandes incêndios florestais

Em contexto excepcional de grandes incêndios florestais, apesar do aumento das remoções de madeira para triturar, apenas a madeira com requisitos de qualidade necessários à produção de papel, ou seja, sem vestígios de cinza e carvão, foi consumida pelas fábricas de pasta de papel.

Em termos nominais, dado o decréscimo do preço (-2,0%), a produção de madeira para triturar decresceu (-1,3%), mantendo-se, contudo, acima de 300 milhões de euros.

Produção de cortiça

A transformação de cortiça está fundamentalmente ligada ao fabrico de rolhas, pelo que, dada a relevância da produção vinícola nacional, a produção de rolhas assume extrema importância. Nos últimos anos, a cortiça tem sido cada vez mais utilizada no fabrico de outros produtos, quer para a construção quer para decoração, malas, sapatos ou outras utilizações.

Desde 2013, a produção de cortiça tem registado aumentos nominais sucessivos, apresentando em 2017 um acréscimo face ao ano anterior (+5,9%), apesar da redução em volume (-2,9%). De facto, o preço da cortiça tem vindo a evoluir favoravelmente desde 2013, tendo o aumento registado em 2017 (+9,1%) mais do que compensado o decréscimo em volume.

Note-se que os incêndios florestais de 2017 ocorreram fundamentalmente em zonas geográficas onde o sobreiro não tem grande expressão, não tendo sido a produção de cortiça muito afectada.

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