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Produção de cereais só cobre 10% das necessidades da indústria de rações

A taxa de cobertura da produção nacional de cereais, para cobrir as necessidades da indústria de rações, em Portugal, é cerca de 10%, o que obriga a importar grande parte da matéria-prima e torna as indústrias vulneráveis à volatilidade de preços do mercado internacional, repercutindo-se essa volatilidade no constante aumento de preço das rações.

Esta é uma das conclusões do Anuário Agrícola de Alqueva de 2017, já disponível online.

Adianta o documento que os sistemas cerealíferos de Outono-Inverno em Portugal, caracterizam-se por uma baixa produtividade e irregularidade de produtividades, o que leva a que a sua utilização seja na quase totalidade para a indústria de produção de rações e para auto-consumo, nas explorações agro-pecuárias.

Com as constantes subidas de preços das rações, os agricultores sentiram a necessidade, principalmente os produtores de carne e leite, de começarem eles próprios a produzir alimento para os animais, principalmente pastagens e forragens. Assim as áreas marginais que eram utilizadas normalmente para cereais começaram a ser usadas para a produção de pastagens e forragens, facto que explica em parte a redução das áreas de cereal em Portugal.

Alqueva: olival substitui cereais

Na região de Alqueva, explica o Anuário, nas áreas outrora de sequeiro, onde eram cultivados cereais, “estamos actualmente com uma grande parte ocupada por olival, factor que contribui muito para a redução das áreas de cereal na região Alentejo e por consequência em Portugal”.

Os sistemas produtivos das explorações de sequeiro, baseiam-se na pecuária extensiva e na produção de cereais, pastagens e forragens, como forma de produzir alimento para o gado.

Com a entrada em funcionamento dos blocos de rega do EFMA — Empreendimento de Fins Múltiplos de Alqueva, as explorações de sequeiro alteram os seus sistemas produtivos de sequeiro para regadio, e muitas vezes a cultura de eleição para fazer essa transição é o milho.

Assim, os cereais com o regadio continuam a manter alguma área na região, apenas existindo uma alteração na cultura, passando o milho a ocupar uma área de relevo no mosaico cultural dos perímetros de rega.

O Anuário

A elaboração deste documento, da responsabilidade da EDIA, resulta da recolha de informação sobre as culturas, junto de especialistas, de produtores da região, informação de documentos, artigos e outra bibliografia publicada e disponibilizada pelas várias entidades do sector.

Pode consultar o Anuário Agrícola de Alqueva aqui.

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