As previsões agrícolas do Instituto Nacional de Estatística (INE), em 30 de Setembro, apontam para uma redução generalizada da produção das culturas arvenses de regadio, nomeadamente de 5% no milho para grão, 15% no tomate para a indústria e 20% no arroz.
Nas fruteiras, adianta o Boletim Mensal da Agricultura e Pescas – Outubro de 2022 do INE, o cenário é semelhante, com quebras de 45% na pêra, 30% no pêssego, 20% na maçã e na castanha e 10% no kiwi.
Nos amendoais, a entrada em produção das plantações intensivas no Alentejo compensou os efeitos adversos que a seca e as geadas tardias tiveram nos pomares tradicionais de Trás-os-Montes.
Quanto à vinha, as chuvas de meados de Setembro afectaram o estado sanitário das uvas, embora tenham promovido o enchimento do bago e o aumento do teor de açúcares.
Os técnicos do Instituto Nacional de Estatística prevêem uma diminuição de 15% na produção de vinho, perspectivando-se uma colheita de qualidade, com os vinhos a apresentarem um bom equilíbrio entre o teor alcoólico e a acidez.
Setembro quente e chuvoso
O mês de Setembro caracterizou-se, em termos meteorológicos, como quente e chuvoso. O valor da temperatura média (20,6°C) foi superior em 0,4°C à normal 1971-2000, com períodos particularmente quentes entre os dias 9 e 11 e os dias 16 a 22.
Quanto à precipitação, o valor médio de 66,5mm foi 58% acima da normal 1971-2000, posicionando este Setembro como o quarto mais chuvoso desde 2000.
De referir que mais de 3/4 desta precipitação (55,2mm) concentrou-se entre os dias 12 e 15 (resultado da instabilidade associada ao ciclone extratropical Danielle), registando-se neste período extremos de precipitação em diversas estações meteorológicas da rede do IPMA, com destaque para a Covilhã (188,4mm nestes quatro dias, 220% acima da precipitação mensal normal 1971-2000), Guarda (142,3mm, +200%), Fundão (111,9mm, +220%) e Beja (79,6mm, +222%).
Agricultura e Mar