As chuvas das últimas semanas resolveram o problema da seca? “Felizmente este ano tem sido chuvoso. Basta olhar para os nossos campos e para o arvoredo que nem parecem os mesmos. Mas ainda temos deficiências hídricas nalgumas albufeiras, nomeadamente nas situadas mais a Sul. Todas elas têm metido água, mas o seu nível estava tão baixo que esta chuva, apesar de benéfica e razoável, não foi suficiente. Este ano ainda não se regou. Mas, no ano passado, em Abril, estava-se em plena campanha de rega”, diz o presidente da ACOS – Associação de Agricultores do Sul e da Comissão Organizadora da Ovibeja, Rui Garrido.
Rui Garrido em entrevista ao jornalista Carlos Júlio, para a Revista Ovelha — publicação mantida pela Associação há mais de 30 anos —, por ocasião da 40ª Ovibeja, que se realiza de 30 de Abril a 5 de Maio no Parque de Feiras e Exposições Manuel de Castro e Brito, em Beja, acrescenta que os preços altos que se verificam actualmente no sector do azeite são estruturais.
“O que está basicamente por detrás disto é o facto de nos últimos anos não ter havido azeitona em Espanha devido à seca, com a consequente redução das reservas de azeite. Espanha, que é o maior produtor mundial de azeite, e onde a área de sequeiro é muito relevante com várias centenas de milhar de hectares de olival na Andaluzia, sofreu quebras de produção muito acentuadas, e isso fez aumentar o preço a nível mundial”, refere o presidente da ACOS.
E realça que este aumento do preço do azeite “já está a reduzir o consumo. Esse é o grande problema. Só em Portugal, onde existe tradição no consumo deste produto, a redução no consumo já atingiu os 30%. Isto para não falar noutro tipo de mercados onde o hábito de consumo deste óleo é bastante inferior. Ou seja, pontualmente poderá ser bom para a produção estes preços elevados, mas em termos futuros poderá ter consequências graves”.
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