A edição de 2017 do Prémio Sonae Media Art, o maior projecto português de incentivo à produção de arte na área dos novos media, já tem os cinco artistas finalistas: André Martins, André Sier, Nuno Lacerda, Rodrigo Gomes e Sofia Caetano.
A iniciativa promovida pela Sonae em parceria com o Museu Nacional de Arte Contemporânea – Museu do Chiado [MNAC-MC] é bienal e tem como objectivo distinguir e divulgar criações artísticas na área de media art.
De um universo de 147 candidaturas recebidas, foram validadas 123 e escolhidos os cinco finalistas. Os trabalhos apresentados, no mínimo duas obras e no máximo quatro obras por cada candidatura, foram avaliados por um júri de selecção, composto por Teresa Cruz (investigadora, especialista em Teoria dos Media e das Artes Contemporâneas e docente universitária), António Sousa Dias (compositor, investigador nos domínios do multimédia e da instalação e docente universitário) e Adelaide Ginga (curadora e historiadora da arte).
O Júri desta segunda edição reiterou os critérios em que baseou a sua decisão privilegiando mais uma vez os trabalhos em linguagem multimédia, dando particular relevo às dinâmicas interdisciplinares das obras apresentadas a concurso que têm correspondência e corroboram a sua coerência nos percursos artísticos dos cinco finalistas, que reúnem as condições de qualidade artística e conceptual, inovação de projecto e capacidade interdisciplinar no entendimento do conceito media art.
Bolsa de 5.000 euros
A cada um dos cinco artistas finalistas é atribuída uma bolsa de 5.000 euros, destinada à criação de uma obra inédita. Os trabalhos dos artistas finalistas serão expostos no MNAC – Museu do Chiado a partir de finais de Novembro de 2017.
O vencedor do Prémio Sonae Media Art será escolhido entre os cinco finalistas, através de uma avaliação das obras em exposição. O júri de premiação será constituído por: Filipa Oliveira (curadora e actual directora artística do Fórum Eugénio de Almeida em Évora), Nuno Crespo (docente universitário e investigador nas áreas da estética, teoria e crítica da arte, arquitectura e filosofia) e Ramus Vestergaard (director e curador-chefe do DIAS – Digital Interactive Art Space, o primeiro kunsthalle dinamarquês com um foco específico em media art e arte digital). A decisão sobre o vencedor será anunciada em Dezembro de 2017.
O Prémio Sonae Media Art é bienal e atribui um montante de 40.000 euros ao artista vencedor. Esta iniciativa integra o acordo de mecenato celebrado entre a Sonae e o MNAC-MC em Fevereiro de 2014 e enquadra-se na política de responsabilidade corporativa da Sonae, que procura promover a criatividade e a inovação, estimular novas tendências e aproximar a sociedade à arte, nomeadamente através de manifestações culturais de relevo que permitam experiências enriquecedoras de desenvolvimento pessoal e colectivo.
Os cinco finalistas
André Martins (1994)
Vive e trabalha em Lisboa. Depois de uma experiência académica na área das ciências da saúde, está prestes a concluir a licenciatura em Arte Multimédia na Faculdade de Belas-Artes da Universidade de Lisboa.
Participou em exposições colectivas e em residências artísticas, em Portugal e na Polónia, onde realizou o programa ERASMUS +. Em 2015, foi galardoado com o 1.º prémio da bienal Jov’arte, promovida pela Câmara Municipal de Loures. A sua primeira exposição individual decorrerá este verão na galeria municipal desta cidade.
André Sier (1977)
Engenheiro artístico com formação em ciências, artes e licenciado em filosofia. Trabalha com código, 3D, vídeo, som, electrónica, desenho, escultura, videojogos, desde 1997, a partir do seu estúdio s373.net/x.
Cria, exibe e performa obras nacional e internacionalmente, contando já com mais de 25 exposições individuais e 80 participações em exposições colectivas, festivais e eventos artísticos. Premiado nos Jovens Criadores (2006), Bienal de Cerveira (2009), três vezes na Lisbon MakerFaire (2014,15,16), Sier sublinha o seu trabalho serial nas séries ‘struct’, ‘747’, ‘space race’, ‘k.’, ‘uunniivveerrssee’, ‘piantadelmondo’ e ‘wolfanddotcom’. É professor regular de artes electrónicas interactivas desde 2002, assistente convidado na Universidade de Évora desde 2012 e prossegue actualmente estudos doutorais no Planetary Collegium.
Nuno Lacerda (1983)
Vive e trabalha em Lisboa. Tem uma Licenciatura (Pré-Bolonha) em Artes Plásticas – Pintura pela Faculdade de Belas Artes da Universidade de Lisboa, formação em banda desenhada pelo CITEN – Centro de Arte Moderna José Azeredo de Perdigão, Fundação Calouste Gulbenkian, e formação em representação teatral pela Casa de Teatro de Sintra.
Do seu percurso destacam-se os trabalhos em vídeo da série intitulada Mapas, com os quais participa regularmente em vários festivais de videoarte desde 2011, entre eles o FUSO – Lisboa, Paris, Nova Iorque, Bahia, o VAFA Vídeo Art For All – Macau, 2012, o IndieLisboa 2015 e o Proyektor – Madrid, 2016. Conta também com várias exposições colectivas e individuais, das quais a mais recente Abscôndito foi acolhida na galeria MUTE em Lisboa, 2016. Colabora ainda em projectos de ilustração, música e teatro e trabalha profissionalmente na área da educação artística.
Rodrigo Gomes (1991)
Foi criado na vila de São Bartolomeu de Messines (Silves), onde viveu até aos 20 anos. Artista actualmente a viver e a trabalhar em Lisboa. Frequenta o Mestrado de Arte Multimédia na Faculdade de Belas-Artes da Universidade de Lisboa. É licenciado em Escultura pela Universidade de Évora (2012-2015) e pós-graduado em Arte Sonora pela Faculdade de Belas-Artes da Universidade de Lisboa (2015-2016).
O seu trabalho aborda questões formais e conceptuais resultantes da intersecção de imagens com objectos tridimensionais. Centra-se na construção de projecções tridimensionais em ambientes sonoros contínuos e ilusórios, percorrendo diferentes ritmos que encaminha a visão para a observação de imagens suspensas no espaço.
Sofia Caetano (1987)
É açoriana mas actualmente vive e lecciona em Boston, nos EUA. Licenciou-se em Pintura pela FBAUL e completou o MFA em Media Art na Emerson College, pelo qual recebeu o Award for Excellence.
A sua filmografia conta com curtas-metragens de ficção, documental e experimental, vídeo dança, e videoarte. BLISS (2016) é um híbrido entre o cinema e a instalação, e foi recipiente da Bolsa de Criação Artística Audiovisual e Multimédia do Governo Regional dos Açores.
Participou em exposições colectivas em Portugal e nos EUA, e em festivais de cinema nos EUA, Japão, México, Turquia, Grécia, Suíça e Portugal, destacando-se o Ann Arbor Film Festival. Foi distinguida com o Women in Filmmaking Award pelo Emerson LA Film Festival.
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