A fundação norte-americana Pew espera que a reunião, iniciada ontem em Vilamoura, da Comissão Internacional para a Preservação do Atum Atlântico (ICCAT) fixe limites à pesca industrial de atum. Se os pescadores tradicionais portugueses querem continuar a prosperar, a ICCAT deve ser mais ativa na conservação das váries espécies de atum, diz a fundação.
Uma das espécies sob a alçada deste organismo das Nações Unidas é o atum patudo do Atlântico, que, juntamente com outras espécies de atum tropicais, vale pelo menos 770 milhões de euros para os pescadores da região, incluindo as operações de pesca em pequena escala dos pescadores portugueses. No entanto, a gestão do atum patudo do Atlântico permite a apanha acidental extensiva dos peixes juvenis, o que, avisa a Pew, prejudica toda a espécie.
Juntas, as sete espécies de atum mais importantes comercialmente representam alguns dos peixes mais valiosos do planeta. Globalmente, valem mais de 38 mil milhões de euros em vendas finais. As operações de pesca industrial para a apanha de gaiado usam sofisticados dispositivos de concentração de peixes (FADs), que permitem que redes enormes recolham grandes quantidades de peixe.
Estes barcos fábrica apanham quantidades significativas de atum patudo juvenil, eliminando-os do ecossistema antes de se reproduzirem. A Pew alerta para o impacto “dramático” que isto tem tido sobre os pescadores portugueses, que vêem a quantidade pescada diminuir, o que afecta negativamente as economias locais.
“È essencial que, na reunião da ICCAT, os gestores sigam os conselhos dos cientistas em relação aos números do atum patudo. Isto inclui estabelecer um limite de apanha realista, que apresente uma hipótese sólida para a reconstrução dos stocks”, defende a Pew.
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