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Montalegre quer harmonização da época de caça ao javali entre Portugal e Galiza. “Um drama do Mundo Rural”

O presidente da Câmara Municipal de Montalegre, Orlando Alves, diz que o “javali é um drama do Mundo Rural” e defende a “harmonização do calendário venatório entre Portugal e a Galiza”, Espanha. O seu desejo foi partilhado na reunião ocorrida com a Autoridade Nacional de Emergência e Protecção Civil (ANEPC), no final de Março.

A suportar este desejo está a alta densidade de javalis que habita no concelho. Um “drama do Mundo Rural” que “afecta a economia do território”, renovando o autarca o apelo “a quem tem nas mãos a decisão de inverter esta matéria”, refere uma nota de imprensa da autarquia.

Para Orlando Alves, “o javali é um drama. O concelho, dentro de pouco tempo, passa a ter mais javalis do que pessoas. É um drama do Mundo Rural. O javali, se não tiver onde se alimentar, ataca as pessoas. O nosso território é vítima da discrepância de calendário que existe entre Portugal e a Galiza”, Espanha.

E garante que os animais nas zonas raianas, a partir do mês de Agosto — época onde são realizadas as batidas na Galiza — “passam a refugiar-se em Portugal. Deste modo, até Outubro — época das colheitas — altura em que os campos estão “verdinhos” e as culturas estão “saborosas”, é um fartar vilanagem. Saem onde são perseguidos, instalam-se por aqui e não há campo nem sementeira que sobreviva”.

O autarca garante que já fez ver esta situação ao anterior ministro do Ambiente. “Fizemos uma reunião em Montalegre, com a direcção nacional do Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF), onde anunciámos os perigos e o drama que tudo isto representa. Infelizmente, deixaram-nos com muitas promessas, mas depois chegam a Lisboa e tudo é esquecido”.

O apelo foi renovado na recente reunião com a ANEPC. “Voltamos a lembrar nessa reunião para a necessidade de haver um plano de “ataque” a este drama. No nosso entender, passa pela oportunidade de, ao longo de todo o ano, serem feitos abates (batidas) sistemáticos e devidamente autorizados”, diz Orlando Alves.

No entanto, o presidente da Câmara acredita que “a situação seja invertida. Estamos a falar de um drama dos agricultores de Montalegre. Um drama da população, de todo o Mundo Rural. Gostaríamos que estes contributos que Montalegre dá — são dados com muito respeito e vontade de colaborar — fossem percebidos por quem está sentado num gabinete em Lisboa e que nunca teve oportunidade de ver um javali”.

“Queremos que esta situação seja debelada. Isto não é um apelo do presidente da Câmara de Montalegre. Isto é um apelo de todo o Mundo Rural porque todos estamos a ser vítimas do mesmo”, frisa Orlando Alves.

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